sábado, 27 de fevereiro de 2010

DO DIA QUE PASSA E ME LEVA





Fui à janela olhar o rio. Estava cheio das chuvas e possivelmente da abertura das barragens em Espanha. Nós e os espanhóis, sempre eles, pensei.
As águas do Douro têm estado castanhas, pardas, pesadas e quanto mais as olho mais sobressaltos tristes me fitam.
Que vou fazer hoje, pergunto-me.
Olho para o céu, plúmbeo, ameaçador. A lua já se tinha recolhido e o sol continuava aquartelado nos meus sonhos.
Estive dois dias a ouvir palavras, palavras que falam de mim. Os escritores(as) são pessoas iguais às outras. Vão à casa de banho, pintam os lábios, tomam café, querem saber quem são os leitores, como os leitores querem saber quem são os escritores, olham os abismos, comem e dormem, têm angústias muitas e incertezas várias e como por milagre, rodam para o outro lado, tornam-se para lá do palco.
Vi-me então à distância, de costas, na imaginação que tenho de mim.
Vi-me como se me olhasse naquela solidão que encontra a folha branca com a agitação da ideia, o encontro do dia com a vida.
E como tudo se funde no nosso ver, regressei a olhar o rio, esqueci-me do tempo, esqueci-me de mim.
Esqueci-me de todas as vozes que me gritam, de tudo o que tenho para esquecer, esqueci os gestos, esqueci a jornada e de novo regressei ao interior do meu quarto e logo todo o meu dia se perfilou à minha frente, olhamos um para o outro e ele ditou-me, como sempre deu-me ordens: "Vais fazer massa com carne, talvez seja bom para aumentar a energia e não engordar. Vais ter de passar a ferro, hoje é o dia da roupa e nisso gastas a tua manhã. Quanto à tarde, bem tu é que sabes, queres sair? Ir ao cinema? Não te esqueças que tens de falar, senão desabituas-te da palavra falada, da palavra exposta ao contraditório, da palavra que te puxa, que se move, que se apressa, corre até, te olha e te penetra. Tens de falar, partilhar o pensamento. Tens de a juntar a mim, não te esqueças! Não deves continuar só a falar contigo(podes pôr a vírgula no só, se quiseres, talvez seja mesmo isso).
Neste dia chuvoso, com vento suão, a olhar para o rio, reparei no arco-íris que se levantou do monte e veio cair aqui ao meio do leito e li, ao olhar para o céu que por momentos tinha clareado, li uma alma a mais, um corpo para juntar ao meu nos restantes dias.
Sabia que depois de ver o céu, ouvir poesia, pensar na rotina, convinha adiar o meu caminho para a clausura, para a existência tão espantosamente objectiva e precisa que me falava do abstracto, do geral como uma lei.
Entrou, por escassos momentos, um raio de sol. Iluminou-me de repente. Foi apenas um instante, desassosseguei. Queria perguntar a esse risco de luz, a esse raio de sol, por palavras que correm para o mar, imaginá-las noutros portos onde há descobertas e surpresas. Viajar, correr, dançar, amar, amar aqui,ali e a toda a gente como dizia a poetisa que tanto amei na adolescência, Florbela Espanca.
Sento-me na cadeira mais próxima, estonteada com tanta volta. A cabeça tinha rodízios. E se houvesse uma maneira de tudo ser e não ser ao mesmo tempo.
Não, não era uma boa ideia, se assim fosse onde ficaria a arte, a literatura?
E porque já o raio de luz se tinha ido, todo o pensado o vivido o experienciado naqueles minutos, se tinham fundido em mim, toda a proximidade e toda a distância.
A agitação tinha passado, mas permaneceu um brilhozinho nos olhos, reparo agora no espelho que se me dirigiu.
Vi-me. Vi o quarto e porque o sol já tinha regressado à sua condição de fantasma, regressei também eu à minha espantosa subjectividade existencial.
Deixei de olhar para olhar de novo.

NÃO QUERO RESPONDER PARA PERGUNTAR, NÃO QUERO NEGAR PARA AFIRMAR, NÃO QUERO MENTIR PARA DIZER A VERDADE, mas quero que os meus dias se tornem outra coisa.

Tudo à minha volta se tornou insuportável, a rádio, a televisão, os jornais, tudo se tornou um cansaço, tudo o que fala do mundo, tudo menos a VIDA da Vida.
O que faz um raio de sol?
O raio de sol que entrou de repente para mim e que de repente o vi...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

VAMOS PREGAR PARTIDAS AOS DOGMAS







Podemos ter dogmas?
Claro que sim.
Olha quem fala! Tenho muitos e alguns são mesmo de estimação e para que conste, algumas frases até as começo por "convicta estou..."
Mas então porquê pregar partidas às nossas convicções, aos nossos dogmazinhos?
Para não nos colocarmos apenas a favor duma versão em detrimento de outra.
Devemos sempre que ouvimos uma versão ir em busca da outra para formular opinião. A questão do contraditório, hoje tão enunciado e tão pouco assimilado.
Esta questão vem ainda a propósito do Sr. Mário Crespo e da sua crónica não publicada no JN.
Ontem, falou o director do JN, e explicou muito direitinho que a crónica do Sr. Mário Crespo não tinha sido publicada pela simples razão que era alcoviteira, traduzido: eclipsava os factos reais e não tinha honestidade intelectual, que é um princípio moral.
O jornalista em questão pauta-se por este tipo de conduta, moralista, dogmática.
Nem todos nós somos capazes de introduzir aspas ou perturbações nos dogmas jornalísticos, políticos ou outros e o Sr. Mário Crespo devia saber disso, por isso é falta de moral (ele que tanto fala dela) proceder daquela maneira, e nem sequer me refiro ao Shaw e insultos a tudo e a todos, a quem o ouve e a quem ainda persiste em estar atento aos meios de comunicação social, mas ao facto, de confundir coragem com incompetência. Para ser bom jornalista é preciso apresentar ou pelo menos ter provas concretas do que refere como notícia; é preciso distinguir notícia do que não é; mais básico ainda, é preciso distinguir o que é da esfera do público e do privado.
O Sr. Mário Crespo que se mostra tão piedoso, que carrega sobre aqueles ombros o carácter de tudo o que é moralmente condenável, desprezível, este senhor viu-se ontem retratado pelo Sr. José Leite Pereira, director do JN, na Comissão de Ética Sociedade e Cultura da AR e não sei se percebeu, penso que não, que não se pode ter lido Shopenhauer duma forma leviana.
Convido-o pois a reler este filósofo e a ler Hegel e já agora Platão, porque Platão situá-lo-ia duma vez por todas.
Foi dramático vê-lo a ler pelo teleponto umas frases sobre o tema "generalidades democráticas e sua imprensa", leia-se: "como eu posso sair desta sem dar mais o flanco", no telejornal das 21h na SIC notícias, anunciando a notícia que ele próprio criou e seu desfecho.
Como também tenho dogmas e alguns são mesmo de estimação, tenho para mim que o Sr. Mário Crespo anda mal amado, ouve pouca música boa e se sente muito infeliz.
SR. Mário Crespo faça o favor de ser feliz, para ver se nos dá tréguas e não nos gasta tanto dinheiro na AR. Uma comissão só para si, durante duas tardes, custa dinheiro e, como diria o Rei de Espanha "Por qué no te callas?"

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

É PRECISO




É preciso distinguir begónias de hibiscos, japoneiras de magnólias, miosótis de giestas, hidrângeas de estrelícias, goivos de margaridas, dálias de rosas, alecrim de mangerona.

É preciso jardinar.

O resto, a política, a bondade ou a riqueza, o prazer ou o sofrimento fazer deles menos do que acontecimentos. É difícil, mas não há impossíveis.
Temos que aprender a ter inteligência para não nos zangarmos com o mundo.
Sabemos que o mundo não é perfeito e ao praticar este conhecimento, treinamos a paciência.
É preciso comentarmos mentalmente:"Caramba, hoje estou mesmo em forma".
É preciso nos sacudirmos e nos revolvermos inteiros, levantarmo-nos no ar.
É preciso que o futuro deixe de existir.
É preciso atravessar o invólucro.
Acreditar em tudo o que se aprendeu antes dos 6 anos porque tudo o que nos disseram depois é mentira.
É preciso garotar.
É preciso ouvir os rouxinóis, imitar a cotovia.
A nossa única tarefa consiste em ajudar o destino e darmo-nos bem connosco mesmos.
É preciso descobrir o caminho, não o marítimo para a Índia como o Vasco da Gama, mas o caminho marítimo para a Ilha dos Amores como Camões, mas se calhar só ele o encontrou.
É preciso dizer as coisas lisamente, sem solavancos.
É preciso que tudo seja nosso de nada ambicionar.
É preciso ter uma boca fluvial e lidar com as palavras mais difíceis.

SOLIDARIEDADE E LUTO








A MADEIRA SOMOS TODOS NÓS

A TRAGÉDIA AFECTA-NOS A TODOS

SÓ PODEMOS ESTAR DE LUTO PROFUNDO

RECOLHAMO-NOS

sábado, 20 de fevereiro de 2010

E LOGO EU QUE NÃO GOSTO DO SÓCRATES






Liberdade de imprensa?
A direita e já agora a esquerda associada, acusam o governo de querer acabar com ela, mas o que vejo é exactamente o contrário.
É o Sr. Mário Crespo, esse senhor que gosta de estar sempre em cima do palco, a cercear, conjuntamente com os seus amigos, as diversas liberdades e uma das que gostavam de ver abolida era mesmo, a de pensar esquerda.
Há mais jornalistas de direita na imprensa falada e escrita do que o contrário, já não contando com os assalariados, estagiários ou não, do patronato da comunicação que dizem e escrevem, o que a estratégia política da sua empresa e partido querem.
Veja-se a SIC actual e o Correio da Manhã, para apenas dar 2 exemplos, um falado, outro escrito.
O que quer dizer "Central do Governo" de que falam alguns jornalistas?
A que se referem? Eu, leitora, não percebo nada, não sou informada, não estou a consumir notícias, mas sim batalhas entre empresas de comunicação e seus acólitos e ainda por cima me fazem pagar e gastar tempo.
E depois queixam-se que a venda dos jornais caiu.
Que tipo de jornalismo é este meus senhores? A nova PIDE já existe? Andam a coscuvilhar e-mails privados.
Estes senhores jornalistas perderam o juízo. Primeiro foram os políticos agora são eles.
Muito se deve rir o Alberto João Jardim. Não há dúvida que o Continente está a viver o maior e mais prolongado Carnaval de que há memória.
Quanto a mim, a direita que já tinha assaltado a imprensa mas que agora se revela duma forma mais feroz quer calar toda a gente e também se possível, a raiz ao pensamento como diz o poema/canção.
A Constituição confere no seu artº 37º a liberdade de expressão e de informação, já se esqueceram Srs. jornalistas amedrontados, ressaibiados, intolerantes, ameaçados de doença mental grave?
Já me tinha apercebido que o Pacheco Pereira tinha perdido a cabeça, que por sinal até era muito boa até há pouco, que o Mário Crespo adoeceu mentalmente e se sente Jesus Cristo na figura de um jornalista que desceu à terra e veio para cumprir A MISSÃO, mas estou a verificar que são muitos mais.
Afinal não tivemos a pandemia da gripe A, mas temos a pandemia da perseguição jornalística.
O que é que esta gente pretende? Ensandeceram de vez.
O que os move? Que se passa no reino destes boçais acossados?
Foram 50 anos de fascismo e os resquícios estão aí.
Não houve sangue na revolução, só cravos. E os efeitos estão aí.

Gente de má fé, de má índole. Estão em todo o lado, como é evidente. Atravessam os partidos, a sociedade, os governos, as Instituições públicas e privadas.

E eu que não gosto do Sócrates, que não voto PS, que acho a política UMA ARTE NOBRE, que gosto de ler notícias e crónicas e considero a profissão de jornalista das mais belas que me tinha refugiado nos blogues para melhor ler o meu país e o que nele acontece que me irá acontecer?
Será que tenho que acreditar que o fim do mundo já chegou?
Os jornalistas que escrevem para os jornais e ganham salários estão nos blogues pessoais ou colectivos a dar opiniões (a maioria só eles próprios entendem), fazer coscuvelhices, lançar confusões várias, enfim... também a criarem imagens deploráveis sobre si próprios, quer de falta de seriedade e ética, quer de racionalidade e contenção.
São iguais aos que criticam. Não merecem qualquer crédito.
Assemelham-se a prostitutas e prostitutos de rua, a mostrar os materiais, aquelas mostram as pernas, estes fazem streap gratuito com obscenidades à mistura.
Como leitora, como cidadã, como ser pensante, estou triste e desiludida e não sei para que lado me hei-de virar.
A minha amiga Maria diz que me vire para as telenovelas, diz que essas a gente sabe que são ficção, não enganam.
O pior é que eu também não gosto dessas tretas.
Se calhar só posso mesmo ler os meus livros, já que a imprensa escrita e falada é este descalabro. Vou pôr o país de férias.
E eu que até nem gosto de Sócrates, declaro aqui: COITADO DELE, COMO SE PODE VIVER COM ESTA GENTE A CUSPIR SEMPRE COBRAS E LAGARTOS".

Está a ver Sr. PM, não tinha que se pôr a jeito, agora é o Sr. que paga e somos nós.
E ainda por cima não podemos emigrar nem o Sr. nem nós, a não ser que queira copiar os dois PM anteriores Durão Barroso e António Guterres.
Já viram isto?!

Contra os furos (jornalísticos) sensacionalistas!
Abaixo a obsessão de agradar a qualquer preço!
Abaixo a mutilação da verdade!
Abaixo qualquer tipo de lisonja!
Abaixo a vulgaridade redactorial!

Albert Camus dizia: "É melhor sermos os segundos a dar uma informação verdadeira do que os primeiros a publicar uma falsa".

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A COSTA FERVE DE PÁSSAROS




Como nas vésperas de um furacão há pássaros no ar.
Acordei duma intervenção cirúrgica com esta notícia: Fernando Nobre a Presidente da República.
Que admirada fiquei!
Pensei: estive na lua.
Logo acordei da anestesia e o meu primeiro raciocínio foi: "o Dr. Cavaco Silva deve estar contente".
A televisão do quarto da clínica onde me encontrava foi desligada a meu pedido, pelos familiares que lá se encontravam.
Deixei de pensar que estava ali depois de uma intervenção cirúrgica e pensei noutro Fernando médico, não o meu operador Fernando.
Logo a seguir pus-me a imaginar quem tinha sido o da ideia peregrina. Os Soaristas?
Soares. E ainda: "só os políticos não aprendem com os erros! Sempre os mesmos erros, é tudo tão previsível que até aborrece". Até as crianças sabem que se puserem uma vez a mão no fogão e se queimarem, a seguir já não cometem a mesma falta.
Os políticos dividem e dividem-se. Em futebolês, dir-se-ía, metem "frangos", os tais golos na própria baliza.
Fico triste que o Dr. Fernando Nobre, até aqui impoluto se tivesse deixado enredar nestes interesses obscuros soaristas.
Como é possível! Mas tudo o é, porque não seria mais isto?
Mário Soares e a sua equipa requerem vingança.
Mão morro de amores por Manuel Alegre, apenas o acho um bom poeta e um burguês possuidor de muito charme e de uma voz sensualíssima, mas para fazer mossa ao Manuel Alegre o presidente da AMI, isso não, senhores políticos não enlameiem toda a gente, não merecia!
O PS copia o PSD ou o PSD copia o PS? Bem, esta pergunta é dispicienda, porquanto se trata duma só moeda com duas faces, como é óbvio.
O meu país transformou-se numa praça de touros.
O Dr. Fernando Nobre que sempre se me apresentou com 2 mil anos de sofrimento, um homem simples e com uma doutrina, a de ajudar o próximo, entrar assim na Pr. de touros em que se transformou o país, numa estratégia divisionista.
O Dr. Fernando Nobre não está nesta por ambição, mas talvez por missão. Mas que missão é esta?
Ele que sempre sofreu por aqueles que sofriam! A não ser que a sua dor actual seja a dor terrível que sente por aqueles que não sentem nada, que estão alheios que nascem alheios que passam alheios pela vida, que não querem mais nada que respirar, alheios a tudo.
Ou foi Deus que o chamou? Sim, ainda resta esta hipótese! Se calhar Deus chamou-o para a sua pátria, quem sabe se foi esse o chamamento...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

MAGIA PRECISA-SE


De caminho vou ser operada.
O que eu gostava mesmo por um passo mágico é de não ter necessidade disso.
Magia, magia, exclamava alegremente, em tempos a minha querida sobrinha Eva.
Que bom que era poder acontecer isso nas nossas vidas.
Há tantas coisas que nos acontecem que era bom que desaparecessem logo que começam.
As doenças estão entre essas.
Às vezes parece-nos mentira que nos aconteçam certas coisas e gostaríamos que não fosse verdade.
Nestas alturas os nossos reflexos de defesa ficam adormentados.
Mas os sonhos, aqueles que nos retiram do acontecimento presente, são sempre acompanhados de uma grande audácia senão deixam de ser sonhos. Por isso, eu sonho que hoje não tenho nenhuma intervenção cirúrgica, que vou andar a pé, não tenho dores e vou até ao Jardim Botânico de Coimbra conhecer espécies novas e pessoas novas.
Há quem prefira a arte de não saber, não é a essa que me refiro, que encerra em si uma visão ególatra e egocêntrica das coisas.

Sinto-me naquela zona intermédia entre a verdade da ficção e a sumptuosa verdade do facto. De caminho estou a ser intervencionada, mas de caminho estarei no Jardim Botânico de Coimbra a conhecer espécies novas.
Faço sempre um tremendo esforço para acoplar a hora da magia à minha e encontrarmo-nos as duas na hora certa. Reconheço que é difícil.
Quero-me colocar atrás dos tapumes da realidade de repente como por magia, mas como há um cérebro que não carece de ductibilidade para se ir adaptando às situações variáveis para o envolver e de se ir relacionando com elas, a magia pode ficar suspensa por ora.
Penso que se devia viver, às vezes, como se se fosse um rascunho, algo que pode ser transformado como se certos excertos do meu diário tivessem sido até agora rascunhos da minha vida e voltou a magia.
Magia aonde me levas!

RECEITA DE PREPARAÇÃO PARA PRIMEIRO-MINISTRO







INGREDIENTES:

- Uma colher de qualquer notícia muito na moda (pode ser inventada).

- Um copo de Whisky para dar uma cara dura que facilite a mentira.

- Um Kg, bem medido, de palavras contra o governo que governa ou diz que
governa

- Uma cara descarada

- Uma pessoa do partido à boca do poder que não se encontre no mesmo há muito tempo

- Formas de Primeiros-Ministros

- Uma chávena de último a candidatar-se. Não esquecer que tem que ter dito
antes que não se iria candidatar para não abandonar o cargo para que foi eleito há pouco, e não gorar as expectativas dos eleitores, blá, blá,blá.



PREPARAÇÃO:


Torra em lume brando por cima duma colher pequena de açúcar escuro.
Espreme-lhe meia laranja madura e põe-lhe nos bordos e no centro um pequeno fio de óleo de girassol.


Irá morder um sabor antigo, sentirá que um Primeiro Ministro para ser bom, não precisa de muitos condimentos, pode ser eleito pelo seu partido, em apoteose e depois pelo seu país, qual D. Sebastião saído da manhã de nevoeiro, com poucos ingredientes.
Nota: É necessário saber (para o cozinhar ao ponto) que ser mentiroso e P.M. não são incompatíveis, em culinária.


P:S. Come-se como se de um manjar se tratasse para que tudo seja uma festa, mas
atenção, a existência não aguenta banquetes quotidianos.
Não se empanturre, porque pode ter necessidade de repetir a receita.

E PORQUE HOJE É CARNAVAL...




Estamos todos mascarados, uns até de si próprios se mascaram.
Feriado de Carnaval.
Os políticos mascaram-se de pessoas com família, com amigos, com gostos e interesses pessoais e resolvem descansar do Carnaval das suas vidas. Pousaram as "caras", as muitas que usam, quase uma por situação.
O povo, achou que se devia mascarar de folião, de divertido, abandonando as máscaras de vítimas, de sérios, de trabalhadores.
Todos disseram: "Vamos curtir, a vida são dois dias e o Carnaval são três".
Uns disfarçaram-se de gente responsável, aquele vai vestido de banqueiro honesto. Olha aquele outro... disfarçou-se de empresário competente e responsável, colaborando com a saúde económica do país.
Ali vai um autarca que se fantasiou de homem culto da sua terra, de pessoa de bem, que não cede ao lobby da construção civil. E mais atrás vem uma deputada, vem mascarada de pessoa que combate pelo povo, que não faz dele um meio para atingir o domínio desse mesmo povo, leva um tambor na mão para ajudar à festa e o som que retira é oco, mas insiste e vai conseguir.
Atrás muita gente a seguir o cortejo. Lá vão mascarados de culturalmente ricos, um grupo inteiro, outros de independentes e cidadãos responsáveis e atentos.
Aquele ali foi mais longe e vestiu-se de eleitor e leva um cartaz, que diz... deixa cá ver: "Abaixo a grosseria, admiramos única e exclusivamente autarcas honestos, não votamos em quem tem problemas com a justiça".
É interessante, aquela máscara representa a inteligência, a seguir vem a da justiça, à frente, talvez um pouco escondida, mas ainda vejo, vem a da cultura.
Vêm locutores de televisão com cartazes escritos em português correcto.
O que estou a ver aqui mesmo, mesmo em frente, é a máscara do Amor, uma máscara muito bela, a mais bela de todas.
A máscara da liberdade vem a par. Que beleza! Estética ímpar!
No altifalante ouve-se alguém que anuncia que é governante, o rei do Carnaval, dizendo que cada CIDADÃO NÃO É UMA CABEÇA DE REBANHO, QUE NENHUM HOMEM DEVE SER EXPLORADO POR OUTRO HOMEM, que naqueles dias em que ele for o Rei do Carnaval, ninguém se sentirá em perigo no seu emprego, na sua liberdade, não consentirá que haja preocupações materiais para que no reino, toda a gente se possa dedicar ao que existe de mais belo e de mais amplo - a liberdade de Espírito.
Não haverá qualquer perigo até o Carnaval acabar, decretou.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

PORQUE ME SINTO ESTÚPIDA AO VER TELEJORNAIS






Temos que nos adaptar às realidades. Os telejornais já não informam, antes desinformam. Pegam numa "notícia" e distorcem-na. Veja-se a última entrevista ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Em princípio estava anunciada pela RTP1 com a jornalista Judite de Sousa, que ganha muito, mas não é melhor por isso. Entrevista com as mesmas técnicas aprendidas há séculos, um ex-jogador de futebol que diz ter-se convertido ao islamismo, como o Presidente do Supremo.
As entrevistas têm que fatalmente ser diferentes com pessoas tão diferentes, mas no caso em apreço, quem lhes dá o cunho de diferença são mesmo os entrevistados.
A jornalista não conhece a linguagem jurídica, se calhar não tem que a conhecer, o canal para que trabalha é que tem que seleccionar para a tarefa, alguém que a conheça para realizar entrevistas específicas. Por muito imparcial que seja ou queira ser melhor dizendo, não domina a linguagem do entrevistado e como tal nem descodificar consegue. Baseia-se no que ouve dizer, nas opiniões que pululam nos diversos canais, a que se refere constantemente, insistindo que se baseia "em especialistas conceituados", o que é isto?
Já sabemos o que os canais televisivos e empresas de comunicação consideram por "especialistas conceituados". Quando utilizam este conceito, deve ler-se "aquelas pessoas que dizem o que este canal tem como estratégia noticiar".
O Sr. Presidente do Supremo Tribunal da Justiça resolveu ceder às pressões famintas e ir "lavar a sua imagem", mesmo que dissesse constantemente que não era isso que o movia. Então o que era? Agora até o Presidente do Supremo quer ter o seu minuto de glória?
Ó deuses descei à terra!
No canal 3, assiste-se a outra jornalista, Clara de Sousa, mulher de voz agressiva, entrevistar a mesma pessoa (Presidente do Supremo, Dr. Noronha do Nascimento) e praticar sem qualquer cerimónia, um furto qualificado no canal um (roubo de entrevista anunciada).
Além do Sr. Presidente do Supremo se prestar a isso, i.é, à luta pelas audiências e suas percentagens, os telespectadores assistem, estupefactos, a estas trapalhadas de maus exemplos "informativos".
Sinto-me cada vez mais estúpida quando cedo à veleidade de julgar que vou ligar para os telejornais para ouvir as notícias e ser informada.
Silêncio precisa-se!
Ó canais televisivos calai-vos!
Tal como no canal 1, a jornalista em causa não conhece a linguagem jurídica e não está habilitada nem tem competência técnica para perceber quem estrevista, com o objectivo de a descodificar e poder informar depois.
O Presidente do Supremo fala alhos, ela pergunta bugalhos e dá como certo o que "retira" das palavras do entrevistado. Já não bastam as reportagens ao exterior que me fazem sempre lembrar um filme cómico do "repórter Borat - o segundo melhor repórter do Cazaquistão".
As televisões estão a contribuir grande e aceleradamente para a estupidez nacional.
Comigo custou, mas já me adaptei aos novos tempos. Quase não leio jornais e se estão a dar "notícias", ligo para filmes, telenovelas, desenhos animados, tudo, menos desinformação gratuita e de muito má qualidade.

Sabem porque é que as pessoas se refugiam nas telenovelas com guiões de faca e alguidar? Para esquecer, para esquecer que se tornam estúpidas e perdem inteligência diária quando se esforçam por entender a que os jornais chamam notícia.
Esta mesma mulher interessante visualmente (perdoem a opinião altamente subjectiva, mas é para perceberem que isto não é notícia, a não ser que alguma comunicação a apanhasse), Clara de Sousa, aquando da tragédia do Haiti, interrompeu uma notícia nacional, para ligar, disse ela excitadíssima, "para uma janela de oportunidade" (assim mesmo) da informação televisiva - o terramoto do Haiti.

Façam como eu, escrevam, leiam, frequentem blogues divertidos ou mais simplesmente ainda, desliguem a televisão. Queremos ou não queremos um país melhor, menos idiota, mais pensante, então desliguem a televisão.
Peço-vos e já agora muita saúdinha, mental incluída.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

QUEM VÊ CARAS NÃO VÊ CORAÇÕES





ESTE RAPAZ É UM MENTIROSO.
Há cerca de 15 dias estava a dizer que não deixava o seu lugar de deputado europeu em Bruxelas, agora está a candidatar-se a presidente do partido social-democrata e a futuro PM de Portugal.
Este senhor é ambicioso duma forma desmedida. Considera que os meios justificam os fins, aqui reside o maior perigo. Estas pessoas devem merecer-nos todo o desprezo.
É Paulo como o outro (Portas), tal como ele, populista, inteligente e que da mentira têm uma ideia diferente. Talvez definam mentira por tudo aquilo que é dito pelos outros e com o qual não concordam.



Aquele senhor é um homem perigoso(Mário Crespo)

Um dia almoçava eu com colegas num restaurante em dia de trabalho.
Estávamos a analisar a actuação das chefias em matérias concretas.
Da parte de tarde fomos chamadas ao "chefe" que nos disse que tinha sido informado de tudo que havíamos dito à hora do almoço naquele restaurante e que precisávamos de falar sobre isso.
Não apreciamos a atitude do chefe mas a do colega que ouviu e foi contar ao chefe, muito menos. Nessa altura não consideramos que a liberdade de imprensa estava em causa, porque nenhum de nós era jornalista, mas lembro-me que ficamos com a ideia clara que o nosso colega "bufo" era um arrivista que achava que os meios justificavam os fins.
O sr. Mário Crespo é, pelo menos, o amigo do "bufo", porque "bufo" só há um, o resto são variedades ou variações em si.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

LISBOA PERDEU O JUÍZO




Turbulência verbal e mais turbulência.
Os políticos estão mais despudorados do que nunca.
Essa Lisboa cheia de correntes de vozes e ventanias que me tornam órfã da capital e do poder.
A capital é um pântano, uma selva. Que miséria!
Não há uma mínima porção de serenidade.
Há como que uma enxurrada de impaciência.
Caminha-se para o abismo.
Os partidos sentem-se acossados ou/e os membros dos partidos entre si? Julgam que a cidade está a arder?
O país assiste a esta escalada de desvario.
Há uma enorme dissemelhança entre aquilo que lá se faz e diz e o resto do país e neste caso, ainda bem, senão era uma gigantesca intriga e ninguém trabalhava.
Fumegam os "mentireiros", fervem os jornalistas, inflamam-se os deputados, arfam os magistrados e nós o povo, os outros, a nação? Olhamos, ouvimos e nada percebemos a não ser que se torna difícil a salvação e que o ar não tem qualidade.
Há uma dissemelhança entre todos eles e todos nós, mas existe perigo de contágio. A doença é grave.
Enxameiam os jornais, as televisões e as rádios de palavras, aos gritos até, sobrepõem-se a tudo.
Há enormes confusões no sentido de todas as coisas.
Usam granadas em vez de romãs para atirarem uns aos outros.
Ululam, ululam hiantes!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

COLORIR A VIDA




As diferentes idades tem diferentes cores porque cada pessoa vê as coisas com os olhos da sua idade.
É necessário namorar a imaginação. A imaginação multiplica os vários zeros que vão aparecendo.
Entornar a alma toda, eis a questão! Sim ou não? Como fazê-lo sem vulgarizar o espírito?
Colorir a vida, retirar-lhe o cinzento, pintá-la é um ideia boa. Demos uma demão no fabrico desse colorido.
Pode ser um(a) confidente e quando a vida é um p&b, é um presente do céu.
Demos às rectas paralelas uma última possibilidade de encontro. É que mesmo que não pensemos no futuro, ele chega e solicita-nos protecção incondicional.
Há a saudade da saúde que se perdeu entre tudo o mais, mas ainda a conservação dum coração aberto.
Há um esmeril de tristeza a trabalhar no dia a dia, mas temos que nos entregar nus e inocentes às margens da existência. Fazer com que o frio escalde, com que os textos sejam impossíveis, procurar-nos neste mar intrépido das nossas vidas.
Procurar a luz, o ar, o fogo e a terra, são estas as cores da vida.
Produzir energia nos sentimentos, fazer com que eles corram implacáveis e subvertam todo o cinzento.
O mundo levantar-se-á e as ideias de fronteira deixarão de existir.
Não tendo asas, ousar voar.
Instalarmo-nos por momentos no deslumbramento, sem esquecer que toda a ilusão é uma traição.
Resplandeçamos noutros lugares, até que tudo o que dizem ser quase, quase absolutamente inaudível.
Risquemos as paredes.
Deixemos passar as grandes emoções, os mais sensíveis sinais que estouram a cabeça e o coração.
Flutuemos nessa imensidão azul e soltemos gritos com brilhos coloridos.
Estamos vivos!
Não falemos obliquamente, lidemos com as palavras mais difíceis.
Vermelho é vermelho, encarnado é outra coisa.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A ACTUAL A.R. (IBI PATRIA)




Olhem para o retrato.
Vejam quem a compõe, da direita para a esquerda, de cima para baixo. Analisem bem.
É um espelho eloquente da nossa sociedade, dizem que da nata ( a nata faz mal como sabem, principalmente quando azeda).
Se é da nata como será o resto, a verdadeira massa?

A nação está ali representada. Será que esta representação pode ser atribuída ainda ao Salazar? Claro que não, esta já é da inteira responsabilidade do período democrático. Há pessoas que nasceram depois de Abril de 1974 e são muitas.
Desfiguram a paisagem da colectividade? Sim ou não?
São um espelho sumamente eloquente? Se calhar sim e se calhar não. Não estão ali representados os trabalhadores, os operários(poucos) que ainda restam, as gentes que fazem o universo dum país. Esses, estão a trabalhar para pagar aos seus "representantes" (escolhidos apenas pelos partidos para fazerem coro ao que as suas direcções ditam) vencimentos exorbitantes, para "tratarem dos seus interesses".
O que vemos na A.R.?
Um punhado de clubes que se formaram, alguns, em sociedades anónimas e que constituem aglomerados de interesses egoístas. Estes interesses obviamente encontram-se nos antípodas da ideia de colectividade, de pátria, de nação.
Aquela gente é a alma de nós todos ou antes, pelo contrário, desconsidera a realidade nacional?
Aquela gente move-se por nós? ("ANIMA" aquilo que faz mover).
Actua pela colectividade?
Sendo que o acto é movimento, como é que há alma naquela A.R.?
Eles agitam-se, agitam-se muito, em especial, quando o P.M. responde às suas falas, ao seu agitar de poeiras, poeiras para os nossos olhos.
Eles, os deputados, deviam ser mestres do sentir pátrio, os representantes da vontade ideal do país, os garantes dos valores da liberdade e fidelidade.
São uma instância democrática a quem cabe comandar a tarefa de dar ânimo ao país para o povo concretizar essas tarefas?
A A.R. está a saber fazer frente às fragmentações existentes? Aos perigos vindo de dentro e de fora do país? Está a cumprir o seu destino?
Ou são cada vez mais estroinas e perdulários das funções que lhes foram concedidas?
Têm preservado com severidade e firmeza as suas funções, i.é, defender os direitos do povo, embora com distintas orientações de pensamento?
Estas interrogações são mesmo interrogações e não perguntas, porque para as perguntas há respostas, o mesmo não acontecendo às interrogações.
Toda a gente acha mas poucos pensam.
A maioria parou de pensar, apenas acha.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

PARTICIPANTES




A propósito do 11º ano de Correntes d'Escritas que se realizará do dia 24 a 27 deste mês, na Póvoa do Varzim, pergunto-me sempre qual o papel do público nestas conferências ou eventos, como agora se diz.
Neste caso, os conferencistas são escritores e os participantes leitores, em princípio, aqueles que gostam de conhecer os escritores pessoalmente.
Pessoalmente, já fui conferencista, não aqui mas noutros locais e com outros públicos e talvez por isso me tivesse surgido este tema hoje (continuo sem saber como me surgem os temas e dos vários que surgem como os selecciono).
É do lado do público que me coloco hoje e que me interrogo.
Porquê estar lá, porquê ver os escritores em carne e osso, com voz, como pessoas iguais a todas as outras, se o mais importante é lê-los, é precisamente retirá-los desses contextos de realidade.
Então porque se assiste? Não há "voyeurismo" nisto? O que se passa?
É para se fazer parte do grupo? O sentimento de pertença é que move?
O público é desconhecido para os escritores.
Cada um, por certo, leu cada folha, cada frase duma maneira diferente e única, sendo que cada livro de cada autor foi reescrito tantas vezes quantas as lidas.
Vêem coisas que os autores nunca pensaram.
Será que para os leitores/participantes, mais importante que a obra, é a pessoa que a cria? Como veste, como se comporta, como anda, como fala, etc.? Há como que um "conhecimento conhecido" nisto tudo. Há muitos actos da vida que me(nos) surpreendem.
Antes não havia estes encontros que são absolutamente queridos aos editores e livreiros. Para os escritores é como que cumprir uma obrigação com o editor, fazer o "mailing" do livro que saiu, dar-se a conhecer, enfim, são um produto para se comprar e como tal é necessário, publicitá-lo.
Mas o público? Qual o frémito que tem nisto?
O público explorador, o público que lê os outros para os tornar noutros, que reescreve.
Penso que os escritores devem ter uma enorme vontade de voltar as costas ao público. Mas isto sou eu a pensar o que do outro lado pensam e o que pensarão mesmo?
E nós, os participantes? O que retiramos de prazer na nossa presença?
É perturbador reflectir-se sobre isto. Somos potenciais compradores, sem dúvida. Há até livros a vender como duma feira se tratasse, bem como lançamento de livros pelas editoras.
Não sei porquê, mas faz-me lembrar reuniões de "tuppwares" que se faziam na minha juventude e a que assisti uma vez.
De que falam realmente os conferencistas/escritores quando falam dos seus livros, da sua vida? Alguns há que têm um prazer especial em se esconder, de se blindar frente a esse público, outros o prazer é o contrário, mais raros estes do que aqueles.
Mas o público, "genius loci", quer falar do espírito do lugar?
"THE SHOW MUST GO ON" e lá está o público, os participantes.
Sempre pensei que ao escritor estivesse reservado o lugar do morto no jogo da escrita, mas as editoras não pensam assim.
Enquanto participante, considero que o escritor escreve sempre para ele, não espera nada dos outros, a não ser que compre, claro, e para isso, precisa de gostar do que lê.
O escritor deve pensar que não é fácil lidar com o público, que abraça mas também odeia, mas o público pensa o mesmo do escritor.
O público, cada elemento que dele faz parte, também precisa de se isolar para ler, para explorar as obras. Então porquê estar ali?
Esta dupla escritor-leitor e vice-versa é interessante, porque ambos são solitários de si mesmo, até que os editores e livreiros marquem o encontro e as Câmaras Municipais façam o espírito do lugar.
O acto, neste caso de ler, já não é o que era, já não está garantida a total intimidade, já se conhece o autor(a).
Não é fácil, mas estes encontros estão a multiplicar-se no nosso país e em todo o mundo. Sinais dos tempos.