sábado, 28 de abril de 2012

O GRANDE ENXAME

Autarcas, governantes, empresários de grande porte, têm sido uma espécie de infantaria que pilham tudo por onde passam com raras e honrosas excepções.
Apoderam-se de tudo, até dos argumentos que encontram pela frente.
Parece que tudo nos escapa. Falam, falam para nada dizerem. Não se compreende nada. Não se consegue estar seguro de nada.
Querem, dá-lhes jeito que esta guerra perdure, que não haja vencedores nem vencidos, ficamos em frente uns dos outros, mas isto não pode durar para sempre.
São seres luciferinos.
Ontem ouvi o debate quinzenal na A.R. e não se pode negar que a verdade é distinta para cada um  e cada um leu livros diferentes.
Pedro Passos Coelho já não distingue privado de público. O Presidente da Caixa Geral de Depósitos, banco do Estado, com interesses públicos, foi convidado para presidir à Associação dos Bancos Portugueses, com interesses privados em instituições nacionais e estrangeira
s. O Primeiro Ministro não vê qualquer incompatibilidade. Este senhor, Eng. Faria de Oliveira, até escolheu auferir o vencimento que ganhava na concorrência, porque a função onde está não o dignifica, tal como o Presidente da República, mas não há qualquer problema, segundo o PPC.
É igualmente irritante estes desgovernantes apresentarem-se com aquelas caras de santas putas arrependidas. Estes safados estão a mudar-nos o futuro e mexem-nos no passado.
Apossam-se de tudo, de novo, deixam-nos completamente na miséria.
Interesses estratégicos nacionais há, que estão a ser vendidos/dados, a patacos, que nunca mais se vão recuperar e isto está para além de tudo, é um saque de guerra. Nem os fascistas ousaram tal.
Esvaziam-nos, mas vão acabar por se esvaziar também.
Nada fica igual. Mais tarde ou mais cedo vão dar lugar, estes todos, vão reunir-se em torno de 4/5 grandes empórios económico/financeiros e tudo o resto será um deserto.
Até lá vão-se saquear mutuamente, desmantelam-se, espatifam-se, levando-nos a todos na enxurrada.
Já todos vão abandonando as suas boas maneiras.
São egoístas, espalhafatosos. Andam muito agitados, sinal de pouca força, imodestos, de corações petrificados, embora passassem a distribuir a sopa aos pobres, o mesmo que atirar a tábua de salvação quando a criança cai ao lago, continuando a fumar o seu charuto e não correndo e atirando-se ao lago para a salvar.
Parece que foi ontem, mas foi no séc. XIX que o Times escreveu que Portugal era intelectualmente tão caduco, tão casmurro, tão frágil, que se tornara um país bom para se lhe passar muito ao largo e atirar-lhe pedras. A Europa olhava para nós como uma nação de medíocres, como uma raça de estúpidos, diziam.

2 comentários:

lua vagabunda disse...

Fiz o que me competia que foi tornar este magnífico artigo mais "público".

Triste constatar a razão destas tuas palavras.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

obrigada Manela. Sabes que o teu público são para aí mais 20 leituras, é verdade. Um beijinho