quarta-feira, 18 de abril de 2012

QUANDO AS IDEIAS CORREM

Correm na minha imaginação paisagens, pessoas que me rodearam e queria convencer o corpo e a razão de que vivem e que passarão da imaginação de novo para a realidade.
Todas as pessoas deixam pedaços de si espalhados, como se fossem marcos de 500 que os portugueses deixaram espalhados por esse mundo fora.
"Chaque jour nos laissons une partie de nous-mêmes en chemin" - Amiel
É uma forma de chegar ao sagrado e ver as pessoas queridas que por mim passaram, com raízes, como presenças mudas e vegetais.
Quando a locomoção e a vida nos prega partidas, como não podemos correr, fazemos passar a tela do vivido e do experienciado, é uma espécie de compensação, através da imaginação.
Imaginação afectiva, chamar-lhe-ia.
Não quero, não sei, não me apetece desligar-me de quem me é querido e ponho-me a jeito, a aguardar que as imagens me visitem.
É uma saudade tremenda.
As minhas lembranças são como os pássaros, vêm e fazem ninho.

2 comentários:

Helena disse...

Que elas, as tuas lembranças se mantenham em ti seria, seguramente, o que desejariam as pessoas que te gostaram e de quem gostaste. Essa é a forma mais poética de vida após a morte.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

OBRIGADA HELENA. ALGUMAS DE TÃO PRESENTES. ENTRAM POR MIM DENTRO E CHEGAM A RASGAR-ME. BJ AMIGA