quinta-feira, 21 de março de 2013

APETECE-ME

Muitas palavras
Poucas esperanças
Poucas intenções.
Apetece-me o silêncio,
Limpar a terra
com o relento virgem da manhã.
Apetece-me respirar de novo
Apetece-me estar com os mestres.
Mutila-se o lugar do diálogo.
Plastifica-se a existência.
Há cisões extremas entre as pessoas
Entre os ricos e os pobres.
A alma deixou de ter lugar neste mundo.
A razão deixou de o ser.
Nem o Católico vê o Criador nas criaturas.
Mas continuo assim mesmo a pensar na Açucena,
aquela flor que mesmo depois de cortada ou arrancada a raíz
tem  a característica de florir.
Como ela há muitas eu sei,
mas apeteceu-me pensar nesta
e sentir o seu aroma.
Porquê? Não sei.


2 comentários:

lua vagabunda disse...

descobri que não sei nada sobre açucenas... vou procurar saber

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

Ainda fui a casamentos, na minha infância, que o bouquet da noiva era feito com açucenas que significavam a pureza, mas se calhar é a saudade que mais convocam. Há muita literatura sobre isso, sem dúvida.