quarta-feira, 30 de julho de 2014

Documentary Rijksmuseum (State Museum) Amsterdam HD Rembrandt van Rijn, ...


coisas da vida

Como desprezo aquelas pessoas que se cruzam connosco e olham sem falta para os nossos sapatos e que, depois de seguirmos em frente, voltarão as cabeças para apreciarem a nossa indumentária toda.
Sempre os diagnostico como áulicos famintos.
Parecem-se com gente decente e acham-se decentes, se calhar até são.
Têm sempre um olhar de viés, indefinido.
Esta espécie e pessoas encontram-se por aí em grande escala.

BOM DIA

com dificuldade em me reconhecer

segunda-feira, 28 de julho de 2014

e foi assim que terminou o dia


DIAS DE ANIVERSÁRIO

Faço 900 anos. Uma idade bonita e jovem se a comparar com a idade de Matusalém, 969 anos, mas de facto, sinto duas coisas antitéticas no meu coração a propósito desta efeméride que descreverei do seguinte modo:
Entretanto,apesar de tudo, embora seja sem dúvida possível supor-se isto e aquilo e ainda aqueloutro e talvez além disso ocorre-me  uma incongruência - gosto de fazer anos porque é sinal que estou viva, mas também gostaria de os desfazer, a ver se somava  menos.

Hoje estou com muito sono e preciso de dormir, algo de que tenho absoluta certeza.

domingo, 27 de julho de 2014

flores





COISAS DA VIDA

É fabuloso ter aquela sensação extraordinária de gozo puro.
Sair da cor castanha, azul-escuro para aquela outra de verde esmeralda.
Refiro-me neste momento, àquele fenómeno que acontece por vezes a alguém a quem não demos uma bofetada por variadíssimas razões, entrar numa zona de neblina.
Não falo de nevoeiros profundos, de vinganças, mas de neblinas, algumas até parecidas com mantos de noivas, quiçá.
As pessoas são educadas na dissimulação e aprendem até a não pensar, alguns conseguem a proeza de acrescentar o não sentir.
A maioria de nós usa as mesmas palavras mas não fala a mesma língua.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

CALHAUS



ESTES AQUI NÃO SÃO UNS QUAISQUER

domingo, 20 de julho de 2014

A CRIAÇÃO DO MUNDO

"Todos nós criamos o mundo à nossa medida...
O meu tinha de ser como é, uma torrente de emoções, volições, paixões e intelecções a correr desde a infância à velhice no chão duro de uma realidade proteica, conulsionada por guerras, catástrofes, tiranias e abominações, e também rica de mil potencialidades... Mundo de contrastes, lírico e atormentado, de ascenções e quedas ... que não trocaria por nenhum outro, se tivesse de escolher. "

Miguel Torga, extrait de La création du monde

DESABAFO DOMINICAL

Apetece-me silenciar com tanta  miséria que vejo neste mundo.
O mundo dá-nos desgostos e nós fazemos parte dele.
Resta-me saber se não se vai perder em nós muito do que tínhamos e se um dia o encontraremos.

BOM DIA

CÁ DO SÍTIO

sábado, 19 de julho de 2014

Visita Guiada

Visita Guiada

Visita Guiada

Visita Guiada

JOHANNES VERMEER



LEITEIRA
RAPARIGA COM BRINCO DE PÉROLA
RENDEIRA
respectivamente

PRECISO/PRECISAMOS

De ver um sol nascer no início da noite
Que a realidade se torne ficção.
Que haja boas maneiras  entre os países.
De grande modéstia para verdadeira grandeza.
De autoridade em vez de austeridade.
Do enterro dos presuntos e do nascimento do mérito.
De boas decisões e menos chefes de partidos.
De menos conversa e mais actos.
De mais fábricas e menos shoppings.
De mais alegrias e menos desastres.
De olhares mais distantes mesmo para o mais perto.
Menos palcos, menos representações e mais teatros.
Da vida ser mais vagarosa para todos para melhor a apreciarem.
De virar quase tudo do avesso para voltar a ficar direito.
De mais música, mais amor e mais fraternidade
Menos ganância e
                              fundamental
Um gradeamento que separe os fazedores dos que nada fazem.

                                    

quarta-feira, 16 de julho de 2014

CARTÃO DE CIDADÃ

Nasci à beira dum rio.
Vivo à beira dum rio. Um rio que está na minha casa.
Às vezes pareço um caleidoscópio, basta-me inclinar e estou em 4 sítios ao mesmo tempo.
Vivo a Ocidente da Europa, como vós. Estamos todos aqui a viver.
A falar movemos os lábios de maneiras diferentes, há uns dentes que agarram mais as vogais num movimento quase imperceptível e só depois recolhem as consoantes outros, é ao contrário .
Eu sei como falo umas vezes outras, não.
Ando a parar  para visitar a minha vida e às vezes escondo as palavras e já percebi que é nessas alturas que me chamam boa pessoa.
Comparativamente sou-o. Sou uma boa pessoa, como se diz.
Quando me dispo lentamente e fico com as faces vermelhas impublicáveis, vou descobrindo que não sou assim tão boa pessoa, para o ser ainda tenho que me despir mais do que acumulei ao longo dos anos, ao longo dos lugares.
Houve um lugar onde estive onde  ensinavam coisas muito feias, más coisas, ensinavam como ser má pessoa para se vencer na vida.
Por opção, fui sempre má aluna nesse lugar que se chamava Ministério da Justiça, mas poder-se-ia chamar outra coisa também.
Há 63 anos, vai fazer neste próximo 28, que me vejo ao espelho e ainda não me habituei à minha cara. Continua a ser um mistério.
Às vezes as palavras cansam-me, sinto-me a correr atrás delas e não as apanho. É-me mais fácil encontra-las sentadas ou mesmo deitadas numa folha.
Gosto de palavras como água, limpas.
O mundo aproxima-se do meu rosto, na maioria das vezes aparece-me o silêncio primeiro e só depois sinto o medo.

PARTILHA

chamar-se-á assim a nova rubrica e consistirá em colocar aqui algumas coisas que gosto ou vi na NET e me interessaram, pode ser que interessem a alguém e poupam em tempo de busca


http://www.brasilcult.pro.br/recordacao/paineis/painel27.htm

domingo, 13 de julho de 2014

REFLEXÃO

Há pouco tempo para reflectir e nesta frase mais do que sempre ligo o tempo ao espaço. Demasiados acontecimentos a atravessar-nos as preocupações, os sentires.
Recordo com a ajuda duma ficha que se atravessou no meu "caminho", um parágrafo que li no "É Proibido Apontar" de José Rodrigues Miguéis, pelo ano de 1974/75:
"... e nisto  menina aponta para fora, para a estátua da Liberdade, para o sol distante, as pombas da praça, talvez para uma janela onde qualquer coisa lhe atraiu a atenção e a mão lívida, burocrática, pergaminácea do cidadão - papá estende-se num jeito de polvo a abaixar severamente o dedinho indiscreto. É proibido apontar!"
Para se reflectir é preciso tempo e espaço e disciplina, digo eu.
É preciso mastigar o que vemos e ouvimos, o que nos acontece e acontece aos outros. Parece que tudo é para ontem, não há tempo.
Ninguém tem tempo para ouvir o outro até ao fim.
Andamos há 400/500 anos a comer depressa, sem deglutir, antes que tudo acabe.
À medida que envelhecemos, as nossas reflexões transformam-se, hoje não reflicto da mesma maneira e as mesmas coisas que reflectia há anos.
A literatura tem-me ensinado a reflectir, se calhar mais que a filosofia ou até mesmo a psicologia.
Nenhum de nós tem absoluta liberdade nem para pensar, isso não existe.
Acumulamos ao longo da vida experiência e materiais e ao meditar, depuramo-los interiormente, retiramos a maior parte do osso das questões.
Reflectir é absolutamente necessário para nos tentarmos libertar de tudo o que nos infecta.
A nossa impotência advém também de muita ausência de reflexão, a maioria de nós enquanto povo, é empírico, videirinho, prático, escravo das pequenez ou porque lhe falta o dinheiro ou porque o tem demais.
Reflectir faz-nos perceber que se adoramos a perfeição nunca alcançamos nada.
Convicta estou que reflectir ajuda a acontecência a não passar de imediato a acontecimento, em especial com a nossa anuência.
Reflectir põe-nos em guarda e mostra-nos sempre que estamos em construção. Por muito que cavalguemos, não somos definitivos para sempre.

BOM DIA



sexta-feira, 11 de julho de 2014

tempo de praia





QUANTAS ASNEIRAS SE FAZEM DURANTE A VIDA?

Não me vou pormenorizar nelas.
Muitas fiz e quantas irei fazer ainda?
Não se trata de arqueologia, nem de qualquer balanço fora de tempo, nem tão pouco de qualquer autocrítica, tenho no entanto a convicção que até morrer nunca mais terei tempo para digerir esses restos de mim.
Vale mais avaliar as pessoas pela linha das cumeadas que pela cota mediana, mas confesso ter as minhas subtilezas e os meus vieses.
Sempre fui desenquadrada e gosto de gente que se desenquadre.
Não possuo consciência angustiada sobre o passado.
Faço propositadamente happening para tentar mostrar como somos (todos) incoerentes e impotentes.
Tenho dúvidas que algum dia algum dos meus descendentes me leia, mas se isso acontecer ficará a saber que de quando em vez possuo actos de grande ironia.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

BOA NOITE




FECHAMENTO INVISÍVEL

Há pessoas que falam sobre tudo e sobre nada, que vão de questão em questão tecendo frases e argumentos como uma teia de aranha do jardim e até vão depositando imagens, as que escolhem para nos aprisionarem no seu fechamento. Não se denunciam nunca.
Armazenam emoções e pensamentos e quase instantaneamente "despejam" quase só imagens quando querem parecer que se vão abrir. Fazem lembrar, de certa forma, as Matryoshka, vão saindo umas de dentro das outras.
Comem interioridade e intimidade.
As palavras que são muitas vezes um estorvo nestes casos servem como armas para as defenderem.
Há outros que utilizam o humor como estratégia de fechamento.
Há pessoas que nunca se despem mesmo completamente nuas e se mantêm numa espécie de constante ignição interior.
Há outras que sendo igualmente insondáveis ou quase, encerram uma beleza nesse oceano de fechamento.
Há muitos tipos de fechamento, alguns são uma espécie de viver isolados dentro de si próprios, deixando que os lobos uivem famintos cá fora.
Não é fácil a prática do alpinismo interior.
Não é fácil a centrifugação de sentimentos contraditórios que nos enxaguam a alma. 

domingo, 6 de julho de 2014

andorinha-do-mar anã


A HISTÓRIA DO COPO MEIO CHEIO E MEIO VAZIO

Às vezes sinto-me uma felizarda, eu e toda a  minha geração.
Tivemos a sorte de viver coisas fantásticas e assistir a nascimentos culturais e sociais maravilhosos.
Por este lado poderíamos falar do copo meio cheio em contrapartida, hoje em dia, aliás há uns anos a esta parte, com maior incidência nesta meia dúzia de anos última, assistimos a uma degradação completa de tudo.
Na cultura, resistem alguns, poucos, tudo o resto passou a ser pimba.
O ensino passou de medíocre a mau, não por culpa dos professores que até trabalham mais, mas pela políticas de ensino.
As pessoas deixaram até de fazer de conta que sabiam isto e aquilo e passaram a mostrar todas as misérias, a escancará-las. Antes, quem não sabia escrever pedia a quem soubesse para não fazer má figura, hoje nem isso lhes passa pela cabeça, a má figura vulgarizou-se. Tudo tem sido mutilado.
As pessoas não têm dinheiro para pagarem as contas básicas, como a água, luz, saúde, alimentos como dedicarem-se então a cultivar a língua, a consumirem cultura.
Quando em nome duma crise económico-financeira assim chamada, são retirados direitos às pessoas, direitos esses consagrados em tratados em tratados internacionais.
A título de exemplo, poderíamos dar o abono de família, que em Portugal de 2009 a 2011 desceu de 1.846.904 para 1.389.920, voltando a diminuir para 1.300550 em 2012, o que levou à perda deste abono por mais de meio milhão de crianças.
Além disso, o valor do próprio abono de família foi sendo igualmente reduzido, tendo tido um impacto em mais de um milhão de famílias e poderia continuar por aí fora.
Chegados quase estamos aos níveis dos anos 60 e a degradação a todos os níveis continua, não pára.
Isto é o que chamo o copo meio vazio, com tendência para ficar completamente vazio.

sábado, 5 de julho de 2014

ESTADO DE ALMA

Cansaço. Tristeza.
Neste jogo da vida há muita coisa que me parece insólito.
Há muita gente que joga falso.
Vejo muita gente perdida, sem esperança no futuro. Jovens com vidas desfeitas por falta de emprego e perspectivas.
Outros há que se vêem sentados em terraços à sombra de guarda-sóis, a debicar mariscos e a beber cerveja, lembrando personagens de Somerset Maugham.
Esforço-me por não me afogar em queixumes. O que foi e o que nunca mais será.
Que sentimento de desconforto.
As alegrias são passageiras e as dores são prolongadas.
Melancólica, deixo que o passado desfile sem saber se são memórias de factos realmente vividos.
Esta corrupção tentacular e não a acontecer em certos momentos em que envolve apenas certas pessoas afecta as nossas vidas, a dos nossos filhos e a dos nossos netos. A falta de esperança para os mais novos da família envolve todos os seus membros, duma forma geral.
Ou por um motivo ou por outro estas políticas para o país, estas direcções que nos governam têm afectado todo um povo, à excepção dos que cada vez mais lucram com isso.
Ver a maioria das pessoas no meu país a viver de expedientes e biscates e saber que as cabeças destas pessoas vão mudar irremediavelmente. As pessoas tornam-se mesquinhas, invejosas, rivais.
Ver outros que têm como único objectivo na vida, único fito, a riqueza, reconhecendo uma única lei, a sua própria.
Os políticos com falsa bonomia.
Tudo isto melancoliza, tira a alegria, corrói, cansa.

flamingos