sexta-feira, 28 de julho de 2017

HÁ PESSOAS QUE FALAM SEMPRE DUAS LÍNGUAS

Tantos sons guardados na garganta.
A clareza das coisas tenta escurecer.
Não sabemos nada do futuro, nunca sabemos nada do futuro mesmo que nos preparemos para ele com alma.
Cansa-me cada vez mais esta forma de não me deixar padronizar, de não baixar a guarda.
Hoje temos um mundo transfronteiriço e criativo mas querem-nos à procura de nada, a não ser a sucessão de pequenas coisas.
Ou nos rimos iguais ao diabo ou sorrimos levemente como anjos papudos.
Vivo num país de alcoviteiros, com gente que adora futilidades. A receita de Salazar foi o cultivo da ignorância com vista à felicidade.
Hoje podemos ver, no entanto quem Vê?
As pessoas calam-se para comer, revisita-se o fascismo em quase todos os actos da vida.
Há apenas duas fábricas de envergadura em Portugal: a do futebol e a da corrupção, embora só uma obtenha resultados compatíveis.
A maioria das pessoas fala duas línguas mas não consegue pensar em nenhuma.
 O regime está luzidio.

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