
Saudades do que nunca se viveu.
Quando ouvi esta frase pela primeira vez, estranhei.
Agora, quase todos os dias me vem ao pensamento.
Como me parece simples o seu entendimento... mas faltou-me viver onde não vivi (esta parece-me ser do Mia Couto) mas eu adopto-a como minha porque é isso que sinto e... como a sinto.
Quando o palco é todo meu e chega a altura do meu monólogo, quando me sento aqui todas as manhãs em frente ao computador, não me assusto com o que vou escrever, mas como tenho tanta coisa para dizer que ainda não disse, sou sempre antipática com os meus pensamentos que se atropelam e, por fim, dou-lhes uma ordem com voz de comando: ORDENEM-SE, EM FILA, PRIORIZEM-SE.
Alguns ficam zangados e não voltam, não gostam de obedecer à memória e retiram-se outros, permanecem e depois de cumprirem as ordens ficam quietinhos a olhar para mim, a seduzirem-me de mil e uma maneiras a ver se podem dar o tal passo em frente e entrarem em cena.
Mas como em tudo, há que fazer escolhas e as escolhas são feitas com escolhos também, mas como nem eu nem eles somos entidades convencionais (há alguma coisa que seja convencional?)
Hoje escolhi a saudade, a saudade de ti, do que não vivi e afirmo como nos meus primeiros tempos de faculdade "A normalidade é um mito". Não, não foi desta maneira. Disse assim ao Prof. Jaime Milheiro: A normapatia (fui eu que inventei o termo, embora alguém, uma qualquer depois diga que foi ela, não se riam porque é verdade, mas isso agora não interessa nada) é que devia constar do DSM, essa é a maior doença e mais grave que conheço. Desde essa altura que passei a ter nome para o professor e ainda hoje quando me vê me trata pelo nome e agora afirmo como tu quando dizias:"Tenho saudades do que nunca se passou".
1 comentário:
Porque diabo é que o servidor ataca os blogs e os põe normapaticamente com o mesmo fundo, a todos?!
Gostei e gostei muito da foto.. é Douro..
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