quinta-feira, 12 de agosto de 2021

A VIDA APRENDE-SE TARDE

Vivemos a vida zebrada de riscas de conhecimento e ausência dele durante décadas. Primeiro estamos certos das certezas. Devoramos décadas nisto. Só perto da morte aprendemos alguma coisa, embora digamos sempre que aprendemos até morrer. Se por um lado o adágio é verdadeiro por outro, aprendemos muito pouco e instalamo-nos no 'sataus in statu'. Empeçamos muitas vezes, somos os nossos próprios empecilhos vezes sem conta. Com a minha fatal sinceridade desaponto muita gente e a mim própria. É tudo reduzido a cifras, a considerações de compra e venda e o que lucramos com tudo isto? Circula por aí uma teoria que as pessoas são, na sua essência, boas, porque em tempos críticos, como o da pandemia,se dispuseram à ajuda mútua. Não compro estas teorias de bem aventurança. As pessoas, os tais animais que possuem inteligência superior, gastam a tal inteligência a fazer mal ao outro, ou atravès de guerras, ou de corrupção ou praticando injustiças várias, salariais, sociais, políticas e tantas outras, todas as restantes acções são praticadas nos intervalos. Não vivemos num mundo civilizado, se assim fosse os países não desconfiavam uns dos outros e cooperavam entre si. Dizia Almeida Garrett que era preciso acreditar em Deus para acreditar na igualdade. Em certa medida, somos uns selvagens e de civilidade ou do que se entenda por isso e não confundir com civismo, pouco ou nada temos. Há uma patine civilizacional mas se for riscada com uma unha, sai toda. Não falo de regimes políticos, embora haja sempre uns menos duros do que outros, mas da soberba, da ignorância, da corrupção que estão sempre presentes em menor ou maior escala. Trata-se das natureza humana - tu mordes-me a mim, eu mordo-te a ti mas antes de teres possibilidade de me morder, moder-te-ei eu por conta. Estou em crer que os regimnes políticos são como as pessoas, ficam velhos em dois tempos. Ricos, pobres, remediados têm almas diferentes? Por certo, mas apenas nas cabeças de pessoas crentes. O melhor dos homens é Homem. A melhor das mulheres é Mulher. Dizem que se o homem social não fosse falso, hipócrita, as guerras seriam em maior número. Creio que sim e mais uma vez o que se prova que é a natureza humana a estar em causa. Nesta espécie, não se veem só rotundas panças mas também rotundas cabeças e bolsas. Se os ginásios modelam as panças, o mesmo não acontece com as cabeças e com as bolsas, que, modernamente, se chamam de offshores. Claro que não é proibido sonhar acordado, imaginar nobres sentimentos nas pessoas. O que vale é que vamos mudando ao longo das décadas da existência e alturas há, em que acreditamos que o Homem é defensor do Homem e que um dia a Humanidade triunfará. Não vale de muito ralhar muito com as políticas portuguesas e exaltarmos algumas estrangeiras, porque a conclusão nunca será a adequada. A sociedade corrompe os Homens, dizia-se nos meus tempos de estudante universitária, afinal quem corrompe quem? Eis a eterna questão.