sábado, 29 de maio de 2021

COISAS

Quantas pessoas se encontram livres de interesses e preocupação de conveniências? Duma maneira geral, vive-se com a cabeça decepada, embora ninguêm dê conta. Chegam a indignar-se antes da decepação? Talvez. Quem traça a verdade ou as verdades? Sempre a mesma espécie de indivíduos, aquela espécie mais ordinária que sabe caminhar sempre à frente. Os cabeças decepadas arvoram as correspondentes maneiras. Que bom que era mudarmos o dia do calendário e defrontarmo-nos com outra situação e vermos que afinal as pessoas mantinham as suas cabeças em cima do pescoço. Aguardamos e esperamos, muitos de nós, sem sair do sítio, esperas sem fim porque as coisas mudem, mas na verdade há coisas que se mantêm suspensas outras,
até apodrecem e vão para o caixote do lixo. As coisas de que falo são as políticas contra o povo trabalhador e honesto que paga impostos ordeiramente e sustenta toda esta cáfila de marmanjos e marmanjas, desde as autarquias até ao poder central, passando pela a AR. A aproximação de eleições chega para o exército dos sem cabeça, com seus espíritos entorpecidos e acidentalmente calmos, em sua apoarência, tomem a mesma direcção e de punhos cerrados, nos batam de novo nos neurónios, em todos aqueles que ainda não os perderam para nos porem Knock-out. As obras nas estradas recomeçaram depois da paragem de quatro anos, mais propriamente desde a última eleição, os cartazes conspurcativos são muros na paisagem. Claro que podemos sempre, com muito custo pessoal, muralhar-nos de forma discreta e intransponível. Poderemos ainda viver neste regime chamado democrático, armando-nos de paz sem nostalgias dum 25 de Abril, que queríamos justo, com habitação para todos e não para os ratos nem para os bancos, com pão não com o das campanhas da jonet, com educação não com os rankings dos colégios privados e o facilitismo fascista que grassa nas escolas, com trabalho para todos, não de trabalho de escravo, com saúde, não a das clínicas, pagas a peso de ouro...olhando o céu azul com o anunciado chilreio dos pássaros de Abril?

quinta-feira, 20 de maio de 2021

É DEMASIADO IMPORTANTE PARA NÃO COLOCAR AQUI

O MEU QUERIDO LUIS MIGUEL CINTRA E JORGE SILVA MELO. O DISCURSO DE LUÍS MIGUEL CINTRA É FABULOSO, OUÇAM-NO

segunda-feira, 17 de maio de 2021

PORQUÊ?

EM 2007 o Tribunal Internacional de Justiça, no caso do genocídio bósnio acolheu a decisão do ICTY (Tribunal Penal Internacional da antiga Jugoslávia) foi um órgão das Nações Unidas de que o massacre de Srebrenica e Žepa constituíram genocídio. PORQUE É QUE DESDE 2006, PARA NÃO DIZER DESDE SEMPRE, QUE ISRAEL PRATICA PROGRESSIVAMENTE GENOCÍDIO CONTRA O POVO PALESTINIANO NA FAIXA DE GAZA E O MUNDO NADA FAZ? O Secretário de Estado dos E.U., John Kerry, solicitou às organizações internacionais para que interviessem e pusessem fim à ocupação, esse ainda colocou no mapa mundial a razão dos palestinianos.
Desde 1967, Israel procura um meio para implantar suas políticas unilaterais de colonização. A estratégia é cercar a Faixa de Gaza com cerca de 2 milhões de habitantes e constituir ali num gueto, matando-os a todos até que um dia o crime caia no no esquecimento eterno. Os diversos governos israelitas sempre arranjaram álibis para matar os palestinianos da Faixa de Gaza, agora este assassino eleito pelo povo israelita, Benjamin Netanyahu, nem álibis invoca, apenas diz que quer dizimar este povo, que o não quer ali. Os E.U. são frouxos ao reprovar este genocídio, este crime contra a humanidade, mas a U.E. de que nós fazemos parte e actualmente exercemos a presidência, nem tampouco emite uma nota sobre esta fase do recorrente genocídio aos palestinianos por parte dos judeus sionoistas de Israel. O mundo nunca toma posição sem o governo dos E.U. dizer o que pretende fazer. Por é que os E.U. sempre ajudaram Israel neste genocídio por etapas? Para mim, só tem uma explicação - quem manda nos E.U. é Israel. Os Estados Unidos sempre foram comandados por judeus e sempre foram sionistas, se bem que de quando em vez, apresentem algumas manobras de disfarce. No entanto, o que sempre fizeram na prática é apoiar mais ou menos disfarçadamente o que os diversos governos de Israel têm feito. Sempre deram cobertura aos criminosos de Israel e, assim, o mundo assiste, impávido e sereno, a estes crimes de dizimação dum povo.

sábado, 15 de maio de 2021

UM PAÍS DEPRIMIDO

Morre uma actriz que o povo conhece da televisão. Não tem idade para morrer nem sofre de doença prolongada, mas morre como todos nós. O povo faz-se representar num funeral colectivo, desta vez quer marcar presença, sentir-se ali irmanado na mesma dor, fazer a catarse. Antes que a casa arda, dirigem-se para o cemitério, para um funeral duma pessoa que lhes entra em casa e julgam conhecer. É difícil escapar a este clima da pátria, sair de baixo desta sombra deprimida. Parece que uma pessoa para se levantar precisa de levar consigo a sombra. Não se consegue escapar às televisões a convovar o povo para a tristeza com motivo, para estas manifestações deprimentes ou,em alternativa, às correrias atrás dos autocarros clubistas, como se o país sofresse de grave transtorno bipolar. Parece maldição termos que estar sempre distraídos do que é importante, da educação, da cultura, da política. Há portugueses que parecem móveis antigos, estão ali quietinhos a apanhar pó, imóveis, sem se mexer, também pregados a atavismos vários. Vão-se pregando à cruz, agora com o PR caminhando à frente deles, guiando-os em procissão, parece que caminham numa safra do diabo, distraindo-se de tudo o mais. Às vezes a famosa pátria parece um circo em digressão. Quando é que sairemos pela porta da frente? Vivo num país muito cansativo. Se fosse jovem, emigrava. Nunca pensei assim, nem no tempo do fascismo, mas agora com o teste do algodão que é esta democracia à portuguesa, agora que estamos cada vez mais iguais a nós próprios, que não evoluímos a não ser na corrupção e no laxismo, penso. Páro e minha voz esmorece, parece-me ver movimentos de lábios nas pessoas como se essas vozes não lhes pertencessem, mas sim a um qualquer ventríloquo e elas não passassem de fantoches. Gosto deste país quando vou de comboio e vejo as suas belas paisagens fugir, o seu aspecto ser difrente e tudo o que se vê, ser construído por boa gente, sabemos que não é assim e ainda agora vimos como é que a mulher alentejana com unhas pintadas uma de cada cor falou na televisão, no proprietário do pequeno talho que o transformou em 'residência' para escravos, gente igualzinha aos proprietários das grandes explorações assassinas do solo alentejano e assassinas de gente que precisa de se legalizar entrando em Portugal e que têm de se alimentar e dar de comer à família enquanto isso, de gente explorada no seu país, explorada, por crápulas conterrâneos seus, até ao tutano porque as leis do nosso país assim permitem, explorados pelos patrões que só falam de ervilhas ou morangos que apodrecem e exportações, 'esquecendo-se' de tudo o resto. Sim, eu sei como actuo quando algum estrangeiro no meu ou no seu país diz mal da minha terra e, como de um momento para o outro passo logo à irracionalidade, digo logo que somos os melhores nisto e naquilo e naqueloutro. Sou portuguesa e doi-me, doi-me todo este imobilismo, este faz-de-conta das gentes que se opôem ao progresso, ao desenvolvimento seja ele qual for, nesta falta de arrojo para distribuirmos Educação, Cultura, Finanças por todos os que cá vivem. No fundo, parece que ninguém acredita na verdadeira mudança e apenas trabalha para o seu próprio bem estar, mesmo que esse se faça a galope do outro.

AMIGAS PARA SEMPRE


 

UM RAIO DE SOL



quinta-feira, 13 de maio de 2021

O TEMPO É CURTO

A fortaleza de espírito obstinada de herança ainda remoinhante, qual lâmpada chinesa, apenas se evoca longinquamente. Parece que se suspende, infinitesimal, não progredindo. A velhice cresce com pressa. Os amigos, muitos não estão acordados, mas também não estão a dormir. Não os consegue deter. Para onde vais? Pergunta-se. Estava a andar mais um bocado mas é muito cansativo. Olhar em frente é um exercício de atenção, sem desvios de qualquer espécie, mas cada vez há mais curvas na estrada e mais frequentemente esta desaparece, cruzada com sombras oblíquas. Todas(os) nos comportamos como andarilhos e palmilhamos caminhos, mas vezes há que nos apetece sentar na margem da estrada olhando os outros dobrar a curva.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Madame la baronne e Monsieur marquis

A senhora baronesa, Ministra da Agricultura, diz com uma displicência inacreditável em democracia, regime em que dizem que nos encontramos, que os 'empresários agrícolas' que sabiam da situação de habitação dos migrantes de Odemira, deviam denunciar. Às vezes, dou comigo incapaz de pensar, como se tivesse levado uma martelada na cabeça, provocado por aquilo que ouço das pessoas com cargos de responsabilidade, como é o caso da Madame la baronne. Não preciso de ouvir esta senhora a proclamar aberrações fascistas deste tamanho, bem como ter conhecimento dos (des)mandos de Monsieur marquis, Ministro da Administração Interna de Portugal. Monsier marquis, Eduardo Arménio do Nascimento Cabrita de sua graça, quando tem de solucionar problemas, inventa novos problemas, é seu apanágio. Para dar solução aos problemas dos migrantes infectados com covid em Odemira, ordena às suas tropas que os desalojem dos habitáculos onde se encontravam e os enfiem no Parque de Campismo, em casas de madeira que agora se usa muito para negócio dos 'pobres empresários' alentejanos que não podem só negociar em frutos vermelhos, já que o capital, do Banco leia-se, deve-se distribuir por vários cestos (daqui a uns tempos virá alguém anunciar que são créditos malparados). Agora, os migrantes escravos das herdades em Portugal, com famílias e filhos pequenos nalguns casos, foram colocados a uma distância do local de trabalho tal, que não lhes permite deslocarem-se a pé para os locais da exploração e, assim, ficaram 'desempregados', já que não têm qualquer tipo de direitos. O que é preciso e urgente, "é apanhar a frutinha senão estraga-se", berram os patrões esclavagistas e que pouco se interessam onde moram, se estão doentes, se têm filhos pequenos (isso, segundo eles, não é da sua conta, corre por conta da agência que os contratou). Nada disso lhes interessa, estes não estão capazes para ser explorados, comunica-se com a agência, com sede em Lisboa, os intermediários que arranjem outros. O que é preciso é que não se consumam com impostos para as Finanças e outros problemazitas de menor importância, como será o caso da saúde, a "agência" trata disso. Tudo nos conformes, tudo legal. Ninguém, nem Governo, nem Partidos, nem televisão, nem Imprensa, seja ela qual for, pegam no touro pelos cornos. QUEM SÃO OS EMPRESÁRIOS DONOS DESSAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS? PORQUE É QUE A LEI PERMITE ESTAS SITUAÇÕES? Para isso teriam que ir às políticas e aquela que vigora no país, chamada política do capital. Chegariam facilmente à conclusão que afinal o Estado também contrata médicos e enfermeiros e outros profissionais através de agências e tanto faz ser do PS, como do PSD como de outro qualquer que esteve no poder ou vá governar(se). Nada disto é escalpelizado, esclarecido, desvendado. NÃO CONVÉM e o não covém tem muita força. As ordens categóricas que estes senhores 'Oberkellner' dão às suas polícias para serem cumpridas, de madrugada, com aparato e ruído, são ordens de incapazes. Fazem-me lembrar aquelas pessoas que abrem caminho aos empurrões até arranjarem um lugar. Tudo mudou muito depressa à nossa volta, quase nem temos tempo para nos 'adaptarmos' ou reagir ao que fazem do nosso espaço público. Fizeram a barragem do Alqueva para estes capitalistas "agricultores" portugueses e espanhóis, para as culturas intensivas que destroem o Alentejo e a Madame la baronne vem falar das denúncias dos vizinhos?!!! A Madame não sabia, não sabe? Gostava que tudo isto não passasse daquela imagem que nos é oferecida quando viajamos numa estrada de costa rochosa e a estrada trepa ao longo da viagem, que fosse apenas esse o efeito, mas não é. A globalização e os suas consequências perniciosas que destroem o emprego capazmente remunerado, o novo capitalismo muito mais agressivo daquele que conhecíamos anteriormente. A nova escravatura em função destas novas leis da oferta e da procura sem quaisquer regras de humanização, sem regulação como agora se diz, a não ser as do mercado, dito liberal, esta desumanidade que grassa pelo mundo e também entre nós... gostara eu de apagar com uma borracha, como quando estava a aprender a escrever e nos davam cadernos e lápis e nós, ingenuamente, até molhávamos na língua a ponta do lápis para tudo sair mais perfeito. Se voltar a ter um lápis desses, vou escrever: NÃO QUERO QUE NINGUÉM ESTEJA À VENDA NEM NINGUÉM QUE QUEIRA COMPRAR ALGUÉM.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

A MALDITA TELEVISÃO

Os temas da televisão não me interessam, vejo-os como fonte de mexericos. Os canais televisivos vestem-se todos de igual, de futebol, de baixa política, de desgraças humanas. Disputam nomes. Não usam a imaginação, mas antes linguagem estéril capaz de desencorajar qualquer pessoa. Não denunciam lúcida e eficazmente. As pessoas têm problemas e não sabem como resolvê-los, então decidem colocar-se em frente a um aparelho de televisão, ouvindo a vida dos outros para se esquecerem das suas. Uma fuga sem sair do sofá. Acordem contemporâneos meus, salvem a democracia, salvemo-nos. Vivemos num país em a imprensa escrita e oral fala a uma só voz. Os jornalistas, com medo de serem dispensados, dizem sempre o que o capitalista que lhes paga quer que digam e, assim, a televião chefia o Ministério da Educação, Justiça, Economia, Cultura e Finanças. Claro que em tudo na vida há excepções e aqui também, uma delas são os santos, alguns santos, que são a protecção de muitas pessoas com fé. Parece que estamos no séc. XIX em que a máxima da época era quem tivesse respeito por si próprio teria forçosamente de suportar insultos e impertinências várias e, preferem este jogo "mauvais genre", entregando-se terrivelmente a ajustar a sua ética e ideias às agendas televisivas. A televisão comanda a vida de uma grande parte dos portugueses.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

SEGUNDA-FEIRA

Sinto-me madeira com caruncho, trabalho em ponto de cruz emoldurado e pendurado numa parede, boneca antiga arrumada num armário de bonecas, lençol remendado, açúcar húmido a pesar mais. Não preciso de me deslocar para saber o que acontece. O mundo vem ter comigo pelos póros das várias paredes. A alegria não está à venda, é um sentimento que vem e vai como as borboletas. A Áustria declarou guerra à Sérvia em 28 de Julho e eu faço anos a 28 de Julho. Lembrei-me da I Guerra Mundial ou só que todos os dias nasce e morre gente porque a VIDA é isso mesmo. Todos os dias se cria, todos os dias se flirta a vida, todos os dias fazemos opções que nos vão condicionar no futuro, a nós e aos outros, já que tudo está interligado. ...então decidi: TENHO DE IR BRINCAR