sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO MEU PAÍS

Admirável período este:

Barões assinalados oferecem-se a Sua Majestade, o Povo.
Contam o que são e o que não são os candidatos, hesitam entre a verdade e a mentira, sem distinguir a maioria das vezes, uma da outra.
Dizem que não ignoram a benevolência de Sua Majestade, o Povo, querendo enganá-lo por todas as formas e feitios.
São grandes em tudo, os melhores, os únicos a oferecer o peito às balas.
Filosofam sobre a verdade chegando ao ponto de dizer que a mesma pode ser mentira.
Todos são os maiores, todos são grandes, todos sabem tudo.
Só nos resta rir.
O povo votante, o que decide exercer  o direito de voto, deve sentir-se confuso naquelas ideias entrechocadas apresentadas pelos candidatos.
As pessoas, duma maneira geral, nem a Constituição conhecem,  não sabem para que serve um Presidente da República a não ser para gastar dinheiro aos contribuintes. Conhecem alguns Presidentes da República não qual a função da Presidência, quando se dignam ver os debates, apenas analisam os rostos, as fisionomias se têm pose altiva, mística, triste, alegre, o que levam vestido e por aí. Não conhecem as cabeças sensuais e virginais de Tintoreto, nem os papas pagãos de Rafael nem toda a Renascença italiana, mas enquanto não estiver decidido gostam de observar os olhares que são pasmados ou turvos e acabam por fazer, à sua maneira, o retrato deste período ímpar em Portugal.
Não conhecem o retrato do Constitucionalismo porque não conhecem o séc. XIX português, mas o Marcelo eles 'conhecem', pois então.

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