domingo, 21 de dezembro de 2025
PARTIR SEM PARTIR
Porque parti?
Parti sem saber que partia.
Gostara eu de habitar eternamente o cais? Não sei.
Só sabemos depois, depois de partir.
Queremos sempre o conforto, o apego narcísico. Preferimos a estagnação ao risco duma realidade nova.
Enamoramo-nos pelo horizonte mas continuamos fieis ao chão.
Não partimos para fora e aos poucos deixamos também de partir para dentro.
Os espíritos sensíveis adoecem com a superficialidade agressiva.
Higienizemos a nossa alma.
Há momentos em que a única lucidez é o afastamento, a retirada estratégica, não para abandonar o mundo mas apenas apenas recusar-se a não ser contaminado pelo mundo no pior do que ele tem.
Pensar é a única forma honesta de existir.
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