domingo, 8 de maio de 2011

IDEIAS NOVAS PRECISAM-SE



Claro que ideias novas nem sempre surgem e depois obrigam muito a pensar e a dar luta e as pessoas não gostam muito disso, então os portugueses gostam de tudo menos de coisas complicadas, por isso é que complicam tanto a vida.
Vem esta introdução a propósito de quando vemos na imprensa escrita ou falada, na blogosfera já atingida, abordado um tema, logo 100 ou mil falam sobre a mesma coisa. É o efeito cachoeira, digo eu.
Ser pensador de ideias não é a mesma coisa que ser caixeiro de letras como diria a Agustina, mas ver quase todos a se copiarem "over and over again", até nas próprias palavras que utilizam, deixa-me triste.
Este show de mediocridade, esta ribaldaria atinge quase todos, ontem atingiu mesmo o Pacheco Pereira no programa que agora o amigo Balsemão lhe proporcionou e lá veio ele, ele que até gosta de pensar diferente, a falar dos gajos calimero, os tais que gostam de desempenhar o papel de vítima.
Portanto resta-nos a literatura e a poesia para nos salvarem desta mediocridade voluntária na educação.
Mas quem lê e o que lêem? O povo?
O povo, na sua grande maioria vê televisão até a almoçar e a dormir e o que ouve?
Deslizes e mais deslizes na língua portuguesa, chamemos-lhe assim eufemisticamente, exploração de sentimentos para os canais garantirem audiências com o mínimo de custos.
E todos se repetem, repetem até à exaustão, para nós, em coro, como quem estudava antigamente a tabuada, vomitarmos aquelas ladainhas, no café, nos transportes públicos ou na família e junto dos amigos, dando-nos ares de grandes pensadores.
Estamos cercados mas não temos medo, os escorpiões avançam e nós fechamos o cerco que fica cumprido.
Ninguém quer ficar de fora. Ninguém quer ser tonto.
Às vezes sinto-me exausta, venço o asco e escuto-os.

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