quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

E SÃO GENTE

Para mim, as pessoas continuam a ser uma fonte inesgotável de surpresas. A sua parte visível é só a ponta do iceberg.
Olhando o mundo actual, deixamos de ter pontos de referência na memória.
Assistimos  nos nossos dias, a gente que queima  pessoas vivas, que degola, que corta às postas em nome duma "causa". Gente que estudou, que tem família, que é filho, irmão.  É algo que nos estava distante da compreensão.
Dizer-se que estas pessoas se encontram desenraizadas nos seus países, abandonadas politica e socialmente, é apenas uma parte da questão, se bem que seja um dos factores importantes a considerar, já que é entre os mais pobres e desesperançados que são recrutados.
Pessoas que não sabem o que querem, que estão completamente disponíveis para abraçar algo que as agarre a existência, com a sua auto-estima no ponto zero.
Estes jovens embarcam em coisas intermináveis para não pensarem mais no futuro incerto, tal como a geração anterior se drogava com outras drogas, mas não se pode explicar tudo por aí.
Há nestes novos fenómenos e não lhe chamem estado islâmico, sombras inescrutáveis que ultrapassam o entendimento de qualquer pessoa comum.
Os cabecilhas desta organização de morte, recrutam pessoas inacabadas, pessoas desamparadas, com necessidade imediata de fuga, mesmo assim tudo o que se possa estudar e compreender nestas pessoas é uma ínfima parte da existência humana. Usam um técnica de guerrilha e com as matanças mais horríveis vão conquistando território.
Esta realidade ultrapassa toda a imaginação por muita que seja.
Continuam a não ser entendidos por mim e por muitos milhões, senão biliões  de pessoas  estes motivos fúteis que levam a estas novas/velhas formas de matança.
Há o prazer pela morte por assistir ao sofrimento dos outros até ao limite.
Estas motivações nem o Freud nem todos os sociólogos juntos as saberiam explicar.
Este lugar onde se encontram estes assassinos do século XXI, apenas se parece com a loucura nazi ou da Inquisição.
Estes cavaleiros inexistentes levam os soldados pelas rédeas até a campos de infiéis inexistentes

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