domingo, 1 de fevereiro de 2015

HÁ PESSOAS QUE DIZEM O QUE FAZEM E HÁ OUTRAS QUE FAZEM SEM NADA DIZER

Os analistas ideológicos  a serviço do capital internacional e do status quo dizem e pensam tudo ao contrário.
O 'Financial Times' por exemplo, diz que Alexis Tsipras é um Lula ou um Chàvez.
Este plano de emergência do novo governo grego é mal visto pela União Europeia e pelos seus amigos americanos como não podia deixar de ser.
O 'governo' da U.E pretende que todos os povos sejam pobres menos a Alemanha, os países do Norte e os senhores de Bruxelas. Quanto a uma grande parte de população grega não ter electricidade porque ficou sem dinheiro para a pagar, não ter emprego porque a troika o impôs, estarem doentes ou suicidarem-se,  isso são peanuts e efeitos colaterais da guerra financeira que impuseram aos povos europeus com a guerra financeira que impuseram aos povos com o intuito de se salvarem a eles próprios.
A Grécia pretende até ao Verão amortizar 6,7 mil milhões de euros ao BCE, mas os seus bancos dependem da concessão de liquidez pelo banco europeu, por isso há que renegociar a dívida já, caso contrário o plano de investimento e criação de emprego não avança.
Tsipras diz que respeitará os tratados europeus desde que haja abatimento da dívida, claro que os tratados são inviáveis.
Se a Europa não aceitar as condições do governo e povo gregos, a Grécia pode morrer mais um bocado mas a Europa não se vai aguentar tal e qual está.
Quando a Merkel, representante de Berlim que manda na Europa com o consentimento desta, diz que a Espanha e Portugal estão com ela para não renegociar a dívida grega, o que é que isto quer dizer?
Para mim,  quer dizer que está a agonizar.
Os gregos chamam 'pallikari' aos jovens que não se ajoelham perante nenhum poder, Alexis Tsipras será um deles, até agora.
Não sei fazer futurismo nem sou analista política, mas sei o suficiente da vida e não só, para ler um sorriso franco e uma vontade indomável de servir o seu povo.
Penso que em função das vicissitudes que vai encontrar pela frente em Bruxelas e no estado que os seus antecessores deixaram o país, Tsipras vai ter que ceder em algumas das medidas propostas pelo seu partido, mas não me parece que venha a ser um Lula ou um Chàvez, pela simples razão que partiu de bases diferentes e são situações diferentes.
Assumir governar um país que bateu no fundo não significa que queira o poder pelo poder.
Até agora estou com ele e quisera eu que fosse português, se bem que em Portugal o povo não use do mesmo pragmatismo que o povo grego. O povo grego utilizou  nas urnas aquela máxima - "perdido por cem, perdido por mil", vamos lá experimentar este que os outros falam, falam mas deixaram-nos na miséria.
Em Portugal, continuam as alternâncias democráticas, ora agora governas tu PS, ora agora governamos nós com palavrinhas mansas para enganar o povo e à espera de milagres.
Tsipras disse ao "The Guardian" há três anos : "Keynes disse-o há muitos anos. Não é só a pessoa que deve que está numa posição difícil. A que emprestou também. Se deves 5000 euros ao banco o problema é teu. Se deves 500 mil euros, o problema é do banco.  Este é um problema de todos. O nosso problema é o problema da Merkel, é um problema europeu e do mundo".
Eu penso exactamente o mesmo.
Vale a pena lembrar aqui Lenine: " o pior governo não é aquele que comete erros mas aquele que cometendo-os, não consegue corrigi-los". É o caso da governança da União Europeia.


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