terça-feira, 28 de abril de 2015

UM DIA TRISTE E HÚMIDO SE APRESENTA

Os dias da "liberdade" andam em desacordo comigo.
Não tenho tempo para discutir com eles, contemplo-os apenas com o sorriso irónico de quem não está disposta a melindrar-se.
Dias de direita é o que são, coligam-se sempre para me lixar, prometem-me sol, mas quando chega o momento de o usufruir, negam-no.
Estou para aqui entre o sai e não sai no meu dia da liberdade, esta humidade e fealdade matinais desagregam-me, fazem-me sombra.
Estes dias estão a ter domínio absolutista sobre mim.
Ajustar-me a estes dias não me tem sido fácil. Sinto-me uma espécie de estrangeirada nesta "liberdade" a conta-gotas.
Não consegui ainda a máscara. Não criei aquela superfície que reveste as pessoas a partir duma dada idade, aquela segunda pele que protege a sensibilidade.
Tantos encontrões a vida me deu mas mesmo assim não adquiri a máscara.
Sou diferente, não há dúvida.
Temos que suportar a existência e só o conseguimos com as ilusões que criamos, as mentiras que a amparam.
É imperioso embeber a realidade em sonho para dela nos afastarmos.
É assim desde sempre.
Quando pego no papel e na caneta sei que é uma meia medida que me ajuda sempre ao êxito de tomar a outra meia.
VOU SAIR.

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