quinta-feira, 16 de julho de 2015

BELEZA

A folhagem das árvores com um claro dourado do sol a dar-lhe.
As folhas cordiformes amarelas e verde como as lagunas ensombradas.
As folhas borboleta da gingko-biloba e as terminadas em coração do donzelinho.
As que parecem carne transparente com dedos finos.
As oblongas de cor de coral.
E os aromas vivos, acres, doces que até as abelhas os procuram.
Folhagens que se ressentem da falta de amparo e carinho, algumas são tristes e outras choram mesmo implorando que as tirem do deserto porque morrem à sede.
Quando os melros se atravessam no seu voo rectilíneo, disparando dum lado ao outro com o canto da sua alegria de viver, todas nós, árvores e eu, sorrimos e viramos a cabeça dum lado para o outro com a alma agradecida.
As carriças também são engraçadas, passarinhos miudinhos que ficam tempos infinitos no mesmo ramo, com ar aparvalhado.
Também gosto das árvores no Inverno a fazerem de sinos e num dia de vento, na Primavera, a dançarem e a cantarem em coro, como as bétulas ou vidoeiros que quando jovens têm um tronco belíssimo, fora de série mesmo.

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