sábado, 8 de agosto de 2015

QUERO

Há pessoas que fazem os possíveis e até os impossíveis por se parecerem com todos os anúncios que veem.
A leviandade a proferir palavras, sentenças de morte sobre coisas sérias, profundas, como se de amendoins se tratasse, refiro-me aos números do desemprego, mas podia referir-me a tantas outras coisas que afectam a vida das pessoas duma forma, às vezes, fatal. Ontem, ouvi  técnicos do IEFP  a falarem, na televisão, sobre a forma como chegaram aos tais números do desemprego por volta dos 12%, consoante as semanas, sabendo nós que a verdade deve rondar quase os 40%,  tinham perfeitamente um aspecto técnico-burlesco.
Tenho uma mágoa ardente que persiste dentro de mim: este país dói-me,  a Europa dói-me, o mundo dói-me.
Por isso cada vez mais me quero nas coisas banais, nas coisas simples  sem mais.
Acontece que nós, os que intelectualizamos o sofrimento humano, é-nos proibido ser simples, mas podemos, pelo menos, não o ignorar e lutar por aqueles que sofrem pacificamente vencidos.
Até morrer, quero  que as gotas da chuva que perlam as ervas me façam o mesmo.

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