quarta-feira, 21 de maio de 2014

SOLIDARIEDADE - UM BEM ESCASSO

A maioria das pessoas não é solidária, são estranhas umas com as outras, não se implicam, afastam-se das chatices como gostam de apregoar.
A maioria é muito próxima do afastamento e muito afastada da proximidade.
Tocam harpa, violino e até violoncelo quais Santas Cecílias terrestres mas erguerem-se sobre o lixo da indiferença, envolverem-se e batalharem pela injustiça isso não, preferem enferrujar transformando-se em máscaras de beleza.
A hipocrisia é virtude muito apreciada nesta sociedade camaleónica.
Há quem se diga muito solidário em abstracto, mas quando se trata de pôr em prática essa solidariedade com o vizinho do lado, não queira passar por esse incómodo.
O sofrimento dos outros atinge-o como adjectivo, quando se trata de conjugar esse sofrimento e liga-lo ao sentimento de solidariedade, tudo se complica.
Gente que se derrota à partida. Portugal está cheio desta gente.
A solidariedade tornou-se uma espécie de moeda de troca neste sistema bancário que é a moral.
A preguiça das pessoas para serem solidárias vai-se tornando um Adamastor que engole todo e qualquer esforço.
Duma maneira simplificada poderíamos dizer que o que não nos interessa, não conhecemos.
Ser solidário é hoje quase uma espécie de adereço, de advérbio.

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