quinta-feira, 24 de março de 2016

NA ASA DO SER

Todos temos reservas quase inesgotáveis e desconhecidas.
Quando as nossas paixões abrem falência tudo se complica e aí sim, há que recear.
São tantas as aspirações, tanta a luta que quase dão a volta ao mundo.


Este era o tempo dos mantos roxos a tapar os santos da minha infância.
O mundo voltou a estar em ruínas e não são as ruínas dos velhos as maiores, mas as dos jovens a quem lhes mataram o futuro.
Os poderes vários perverteram muitos jovens.
O desemprego a que estão votados cria-lhes modos de vida de verdadeiro desinteresse e hostis a si próprios.
Há ressentimentos vários que revolucionam os espíritos.

E os mantos roxos e os Cristos com 4 espadas de um lado e três do outro, assaltam-me o espírito

As pessoas deixam-se absorver pelo estado de ânimo do mundo, das multidões que fazem o mundo que são um organismo vivo.
Todos nós temos causas in(justificáveis) para cristalizarmos, basta vivermos num país que há muito não é soberano, que é um feudo.
Enquanto portugueses fomos livrados de sermos anexados a Castela, vendidos a Fez, deportados para Amesterdão, mas vencemos em Aljubarrota.
Pertencemos ao grupo das sociedades em ruínas.
Actualmente, somos um povo que apenas defende  as normas de autoconservação e mal.
Falta-nos a unidade entre a teoria e a prática.
Persiste-se na mentira com vista a legitimá-la.
No que a mim diz respeito e ao contrário do país, detesto rodear-me de satélites, de inferior inteligência, a exibir o seu ofício de lisonja.

Estandartes roxos nas ruas a tilintar ao vento.

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