quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

DEIXANDO PASSAR O DESCONHECIDO

 Estamos sempre do lado de fora.

Fecham-nos as pesadas portas de democracia, quando não somos nós a fechá-las também. Por vezes,  até as empurramos a saber se estão bem fechadas.

Estamos, por norma, distraídos do que se passa ao nosso redor, muitas vezes somos nós que nos banimos.

Quando assim acontece, há sempre muita gente a aproveitar aquilo que não queremos.

Abandonamos a política porque não gostamos, assistimos à queda e ruínas dum sistema e pouco ou nada fazemos.  Suspiramos e dizemos 'isto vai mal' e o que fazemos de seguida?

Deixamos passar, afastamo-nos, criticamos, vamos embora.

O que pode ser mais importante do que a política?

A política que nos comanda a vida, todos os passos que damos, desde os bancos da escola até ao dia em que morremos.

Somos todos grandes luminárias a criticar, mas só alguns de nós passam à prática.

Há muita coisa que mudou no nosso país com o 25 de Abril, só quem não viveu o 24 pode negar esta evidência. A maioria mudou para melhor: A Saúde, o SNS era inexistente, a Educação, quem entrava na Universidade? Uma elite. Para já não falar no mais importante, a prisão política, a censura, o medo e tudo com isso relacionado.

Continuamos com níveis elevados de pobreza, demasiado elevados, ausência de empregos, vencimentos de miséria, etc.

As pessoas continuam a emigrar às centenas para conseguirem melhores condições de vida. Os jovens não conseguem nem segurança nem estabilidade para conseguir formar família.

A violência da pobreza e do desemprego violenta-nos e não é consequência da pandemia em que estamos mergulhados, a pandemia veio agravar tão só.

Deixamos adoecer a Demo cracia, apenas lhe fazemos uma visita retardada de vez em quando.

Era-nos desconhecido e ainda continua a ser para a grande maioria que a democracia adoece e que precisa de ser tratada e acarinhada.

Deixamos passar o desconhecido.

 

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