Estamos sempre do lado de fora.
Fecham-nos as pesadas portas de democracia, quando não somos nós a fechá-las também. Por vezes, até as empurramos a saber se estão bem fechadas.
Estamos, por norma, distraídos do que se passa ao nosso redor, muitas vezes somos nós que nos banimos.
Quando assim acontece, há sempre muita gente a aproveitar aquilo que não queremos.
Abandonamos a política porque não gostamos, assistimos à queda e ruínas dum sistema e pouco ou nada fazemos. Suspiramos e dizemos 'isto vai mal' e o que fazemos de seguida?
Deixamos passar, afastamo-nos, criticamos, vamos embora.
O que pode ser mais importante do que a política?
A política que nos comanda a vida, todos os passos que damos, desde os bancos da escola até ao dia em que morremos.
Somos todos grandes luminárias a criticar, mas só alguns de nós passam à prática.
Há muita coisa que mudou no nosso país com o 25 de Abril, só quem não viveu o 24 pode negar esta evidência. A maioria mudou para melhor: A Saúde, o SNS era inexistente, a Educação, quem entrava na Universidade? Uma elite. Para já não falar no mais importante, a prisão política, a censura, o medo e tudo com isso relacionado.
Continuamos com níveis elevados de pobreza, demasiado elevados, ausência de empregos, vencimentos de miséria, etc.
As pessoas continuam a emigrar às centenas para conseguirem melhores condições de vida. Os jovens não conseguem nem segurança nem estabilidade para conseguir formar família.
A violência da pobreza e do desemprego violenta-nos e não é consequência da pandemia em que estamos mergulhados, a pandemia veio agravar tão só.
Deixamos adoecer a Demo cracia, apenas lhe fazemos uma visita retardada de vez em quando.
Era-nos desconhecido e ainda continua a ser para a grande maioria que a democracia adoece e que precisa de ser tratada e acarinhada.
Deixamos passar o desconhecido.
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