sexta-feira, 5 de março de 2021

SOMOS SOZINHOS E MORREMOS SOZINHOS




 A MINHA DOR É A MINHA DOR

Posso  tentar compreender a dor do outro, mas é sempre do outro, a minha não me é muda, não me é estrangeira, conhece-me, falamos a mesma língua. 

Este contacto com a morte e a doença diariamente através da imprensa escrita e falada amolece-nos a vida, faz-nos pensar como Sartre e dizer que a vida não tem sentido.

Não intuímos o futuro, nem o presente tudo nos é proibido, com alguma sorte conseguimos intuir algo sobre o passado.

Os outros são diferentes e temos que fazer concessões e isso cria-nos dor.

Shopenhaur fala do dilema do porco-espinho. Quando o porco-espinho tem frio aproxima-se de outros porcos-espinhos, mas juntos picam-se e provoca dor  e afastam-se de novo.

Eu não sei se gostar de estar sozinha é um mal ou um bem, só sei que já me habituei a ele.

Não vivo sozinha, mas gosto de estar sozinha.

Sem comentários: