quarta-feira, 16 de junho de 2021
VIDA EM COMUNIDADE
Sabemos tão pouco daqueles que nos rodeiam, sejam conhecidos, amigos ou mesmo família.
Sabemos, por outro lado, muita coisa. Sabemos que quem é mentiroso, mais paciente e transparente parece.
Sabemos e conhecemos rostos parecidos com os daqueles generais que perderam uma batalha e que recapitulam, recapitulam.
Sabemos que há gente que olha em frente para onde a estrada faz uma curva e desaparece em sombras cruzadas.
Conhecemos progressos infinitesimais.
Conhecemos vozes gentis e rostos inomináveis.
Observamos gente com uma fortaleza de espírito obstinada e até desesperada.
Observamos vozes plenas de significados.
Vemos gente que queria e quer gritar, dizer que tem de escapar, de sair de baixo daquela sombra, mas que evita saber que para se levantar tem de levar a sombra consigo, gente que não consegue desfazer-se do esqueleto espiritual.
Depois de todos estes não e pseudo conhecimentos sobre os outros, achamos que nos conhecemos e instalamo-nos, placidamente, aguardanto alguns fragmentos de afectos, dos que nos são absolutamente necessários para a vida.
São estas as vidas normais dos pecadores saudáveis, parecendo-se muito com as marés com os seus fluxos e refluxos, alguns depois de passarem por algumas torrentes.
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