sábado, 1 de junho de 2024

STATU NASCENDI- reflexões para mim própria neste final de dia quente

É pena ainda me encontrar neste estado. A minha alma nunca está satisfeita. Sou assim há mais de meio século, inquieta e hesitante, sabendo que poderia executar alguns projectos, mas que é sempre na parte final dos mesmos que dou a volta e ficam quase sempre à espera de melhor oportunidade. Esta forma de ser insegura, de considerar que os outros são sempre melhores do que eu trama-me bem tramada. Muito desta carga que possuo, a que os amigos fazem chamam law profile, e aquilo que eu digo de mim para mim é não possuir o dom e, uma timidez desconhecida pela maioria das pessoas. Com tanto treino de competências em disfarçar essas características exagerei no treino, está visto. Não consigo planear o que me acontece na vida. Julgo que está tudo planeado e eis senão quando está tudo do avesso. Vivemos numa época de niilismo, no culto de quase ausência de valores, mas isso já muitos o disseram antes de mim, estou a lembrar-me de Thomas Mann, mas podia ir a séculos anteriores até. Toda a gente tem falta de tempo num universo sem sentido. Eu vivo em contramão, com tempo para tudo. Dizem que a linguagem é a essência do ser humano. Sim, mas que não falem muito, brinco. Não gosto de gente que fale muito e muito menos que tenha opinião sobre tudo. Convicta estou que os detentores deste tipo de comportamento têm uma humanidade mais reduzida por falta de observação, no mínimo. Em que sociedade vivemos nós? Tanta mas tanta gente já se interrogou desta forma antes de mim. Filósofos, artistas, escritores, vulgares cidadãos, tantos. E por falar em escritores, Rob Riemen diz que vivemos numa sociedade Kitsch, talvez ...na falta de melhor designação.

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