sábado, 22 de maio de 2010

A TODOS OS QUE AINDA NÃO ENSANDECERAM

Vivemos uma espécie de concursos de pesadelos. Todos os dias é-nos anunciado maldades novas, impostas velhacarias sem fim. Entramos todos, todos não, mas quase todos, sem saber nesta guerra. Agora vamos ver os nossos impostos ser aumentados de novo, i.é, ficamos com menos ordenado, os que ficam, porque muitos há que nem ordenado têm, dizem que é para nosso bem e o que vemos é que apenas se trata de não beliscarem, nem um milímetro, as fortunas arrecadadas nos offshores dos criminosos que nos combatem neste terrorismo estatal económico da Europa e da América, essencialmente.
Ontem, convocaram-nos para umas eleições e mandaram-nos escolher programas eleitorais, não nos disseram que era para se divertirem, porque só havia um programa, o de nos roubarem, para eles e para os seus patrôes nada perderem nunca.
Já nem as greves surtem efeito, a não ser que sejam gerais, eventualmente, e que peguem umas nas outras, paralisando todos os negócios de quem coloca o dinheiro roubado nos offshores, mas os trabalhadores ao fazerem grave perdem mais salário e tudo se complica. Nem a coragem resulta, a coragem de sair daqui e ir trabalhar para um país estrangeiro, onde conseguir?
Foi-nos negado o princípio do prazer nestes novos tempos sombrios. Qualquer dia todos nos podemos considerar veteranos de guerra, desta guerra que nos declararam, do desemprego, dos impostos, da depressão colectiva e do mais que por aí virá. Parece um tsunami. Um tsunami que inunda as sociedades na Europa e na América, principalmente. Não há estadistas com talento, todos navegam à bolina.
O que se diz hoje, amanhã ou daqui a bocado, não tem valor nenhum. Bruxelas e os seus tecnocratas prostituídos mandam nos países e empobrecem os povos, mirram-nos para continuarem o seu caminho de lacaios dos obscenos ricos, seus patrões.
Vivemos tempos muito pequenos onde se avalia o que menos vale, feitos de números, que só servem para se contar dinheiro.
Neste mundo onde esses prostitutos do capital praticam a eutanásia diariamente afirmando que são contra ela, declaro que amo cada vez mais os distraídos, aqueles que não pactuam, os que colocam entre os seus olhos e o mundo um muro de distracção, os desinteressados dos bens materiais, os que possuem um quotidiano limpo desses interesses loucos e, com um instinto certo se desviam do injusto, do falso e do inútil.
Amo todos que querem o tempo para os que não o gostam de perder, para os que não se distraem do que lhes interessa.
Quando os encontro parecemos crianças a falar do que nos interessa e explicamos que não precisamos nem de dinheiro nem de fama para sermos felizes.
Há nobreza naquilo que nos une.

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