Mensalmente amarela
sem unguentos, lívida
Flor desolada.
Noite de cansaços sentidos
por meu coração azul.
Amas-me
Sussurras-me aos ouvidos suavemente
Enlaças-me no calor da noite, no frio da noite.
Aproximas-te silenciosa
e fazes-me abandonar as recordações.
És lasciva e o meu pensamento em ti penetra.
Entras-me pelos lençóis serenamente
Instalas-te com teu perfume e
cansas-me o coração.
És doce e pérfida.
É sábado e
Hoje e ontem se confundem em mim.
A velhice entrou.
Às vezes lambo as sombras e
sinto esta estranheza de viver.
Depois volto ao silêncio
que me alimenta o descanso
e
Vejo-te nua insónia.
Vertigens e espelhos
atravessam-me nesta quietude
Como lamento
Como substâncias do meu corpo.
helena soares
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