sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

INSÓNIA

Mensalmente amarela
sem unguentos, lívida
Flor desolada.
Noite de cansaços sentidos
por meu coração azul.

Amas-me
Sussurras-me aos ouvidos suavemente
Enlaças-me no calor da noite, no frio da noite.

Aproximas-te silenciosa
e fazes-me abandonar as recordações.
És lasciva e o meu pensamento em ti penetra.

Entras-me pelos lençóis serenamente
Instalas-te com teu perfume e
cansas-me o coração.
És doce e pérfida.

É sábado e
Hoje e ontem se  confundem em mim.
A velhice entrou.

Às vezes lambo as sombras e
sinto esta estranheza de viver.
Depois volto ao silêncio
que me alimenta o descanso

e

Vejo-te nua insónia.

Vertigens e espelhos
atravessam-me nesta quietude
Como lamento
Como substâncias do meu corpo.


helena soares


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