Com o silêncio sinto:
. a suavidade de geometrias esquecidas
. a vertigem da infância
. a ausência do medo e da esperança
. a obscenidade do meu esqueleto
Com o silêncio:
. assobio ao sofrimento
. atravesso os espelhos e as estações
. soam em mim sinos de alegria e amor
. distingo assuntos invisíveis e gotas de água entre cristais
Com o silêncio alongo o meu sonho
olho as máscaras da minha visão
ouço o grito de existências não vividas e inexistências vividas
Com o silêncio amo o mar, o céu e a terra
e
sinto uma tristeza branca que sai de ânforas ocas
Com o silêncio abrem-se salões de impurezas, piedades
alegrias e alimentos para o corpo
Com o silêncio sinto aromas e delícias no tempo que só o silêncio mede.
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