quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

VIGÍLIA

Vigio a melancolia.
Vigio as sombras que continuam em círculos.
Vigio as ferramentas abandonadas.
Vigio as extremidades dos silêncios.
Vigio os regatos da ira.
Vigio as vertigens frias.
Vigio as memórias que me abandonam.
Vigio a velocidade das coisas vividas.
Vigio os presságios húmidos que fendem pelas estações.
Vigio o Esquecimento.
Vigio as imobilidades.
Vigio o belo e o miserável.
Vigio as sílabas exactas quando olho o céu.

VIGIO A MELANCOLIA E APROXIMO O ROSTO PARA SENTIR O SEU OLFACTO


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