segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

PERDOAR

Perdoar é também uma insuficiência lusitana.
É uma palavra muito antiga e que se confunde com conceitos religiosos.
As pessoas hoje pouco perdoam e nem querem compreender, prefere-se ser contendor logo no 1º momento. Algumas chegam a ser insidiosas e grosseiras.
Vive-se uma enorme inquietação, uns por uns motivos outros, por outros.
Parcelas de nós próprios, de dores fundidas se assenhoreiam de nós.
A vida tem diversas fases e para as vivermos e superarmos a todas, muitas vezes temos que nos superar igualmente.
Precisamos de sentir o outro de forma radical.
Fala-se muito de caridade nesta época natalícia, prefiro falar de compaixão durante os 365 dias do ano.
As pessoas, duma forma geral, andam distraídas no seu quotidiano de sobrevivências difíceis, deste sentimento, desta ética em relação aos outros.
Os governos não praticam esta materialidade, não favorecem a comida, a saúde, a habitação aos seus concidadãos.
Negam a dignidade de viver, o direito ao mais elementar. Já não falo em crises de ansiedade ou angústia mas sim do essencial para viver.
Vemos os outros a sofrer e temos, quando temos, piedade, apiedamo-nos das situações que os outros vivem, mas é preciso mais, muito mais do que isso.
É necessário passar da inquietude à prática, à materialização, ser radical no sentir do outro.


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