sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

ANÁLISE DUM ANALISTA FRANCÊS AO JYHADISMO

QUANDO OS JIHADISTAS ERAM NOSSO AMIGOS - DENIS SOUCHON

resumo:

. Abril-Maio 1975 - derrota estrondosa dos E.U. na Indochina

. Dezembro de 1981 - estado de emergência proclamado  na Polónia em seguimento da queda em cadeia dos países satélites da União Soviética. Nesta altura os E.U. fazem crer que Moscovo lançou uma grande ofensiva mundial.
Em África os recém independentes Angola e Moçambique dão uma ajuda.

. 1979 - invasão do Afeganistão pela União Soviética.
O combate dos mujahidines (combatentes da fé na jihad) afegãos vai ser visto como providencial para contrariar as ambições hegemónicas associadas à União Soviética. E, muitas vezes, será celebrado recorrendo ao registo da epopeia e muito se teria a dizer sobre isto.

Diz DS que passados 35 anos revistar o discurso dos franceses e não só permite avaliar até que ponto quase tudo o que outrora suscitava admiração quando estava em causa popularizar o combate contra o 'Império do Mal', a União Soviética segundo Ronald Reagan, se ter fonte de pavor.
Em 1980 e 1988, as proezas dos combatentes de fé contra o Exército Vermelho eram aplaudidas.
Na década seguinte, todos eles, talibãs, Al-Qaeda, OEI foram considerados fanáticos e loucos.
O jordano Abu Mussab Al-Zarkaui, considerado o pai da OEI, chegou ao Afeganistão quando o exército vermelho se retirava, em 1993. Ossama Bin Lada foi despachado pelos serviços  secretos sauditas para Peshawar no Paquistão, a fim de apoiar a luta dos mujahidines. O argelino Molkhtar Belmokhtar da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), partiu também para perseguir os aliados afegãos da União Soviética no fim da década de 1980.
Portanto enquanto estes grupos seguiram os desígnios estratégicos do Ocidente, eram apoiados.
A comunicação Social europeia e americana falou as suas motivações extremistas religiosas.

- 3 de Fevereiro de 1980, algumas semanas depois da intervenção militar da União Soviética no Afeganistão, Zhiggniew Brzezinski, conselheiro para as questões da segurança do presidente americano Jimmy Carter, desloca-se ao Paquistão- Dirigindo-se aos mujahidines refugiados do outro lado da fronteira, promete-lhes: "Esta terra, ali, é vossa. Um dia hão-de regressar a ela, porque o vosso combate vai triunfar: nessa altura vão reencontrar as vossas casas e as vossas mesquitas. A vossa causa é justa. Deus estado vosso lado"
O discurso mediático francês relativo ao Afeganistão vai então favorecer o objectivo geopolítico americano.

Os afegãos só têm armas, tanques,  helicópteros, etc porque os americanos lhas forneceram para combater os soviéticos.

. 1980 - "O que está a morrer em Cabul, sob a bota soviética, é uma sociedade de homens nobres e livres" - Patrice de Plunkett - Le Figaro Magazine, 13 de Setembro de 1980.

.1984- 19 de Dezembro, Danielle Tramar evoca alguns dos franceses que "trabalham com os resistentes afegãos". Na época, não há qualquer receio de que estes combatentes estrangeiros regressem ao seu país 'radicalizados' pela experiência da guerra.

Em resumo, o islão deles era melhor do que o comunismo â soviética, afirmava Jean Daniel em 16 de Junho de 1980 ao Le Nouvel Observateur.

. 15 de Outubro de 1998- Le Nouvel Observateur pergunta a Zbigniew Brzezinski se não se arrepende de ter favorecido o fundamentalismo islamita, de ter dado armas e conselhos a futuros terroristas.
Resposta: "O que é que é mais importante na perspectiva  da história mundial? Os talibãs ou a queda do império soviético? Alguns islamitas excitados ou a libertação da Europa Central e o fim da Guerra Fria?"

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