As redes sociais, duma maneira geral, são residências de sombras.
Formam-se nos nossos espíritos imagens, imagens que por sua vez são transmitidas por código.
Poderíamos descrever por palavras as pessoas que nunca vimos a não ser por fotografia umas e por sinais codificados outras, i. é, com caras de flores, rostos tapados como antigamente as judias de classe inferior.
Também poderíamos concluir que a realidade existe em certas exibições de vontade e de espírito manifestada pelo mesmo processo e então concluiríamos que só o espírito é real.
De certo modo, todos somos nas redes, uma colecção de animais em viagem.
É uma procissão interminável de caras "talvez conheças".
As ideias que colocam nos seus sítios não fermentam muito, é mais o 'copy-past', esse sim, sempre em ebulição, não sei se por falta de ideias ou por medo de se manifestarem, receando a sua própria identidade.
A maioria das criaturas que se passeiam por estes caminhos gostam de ser admiradas e fazem de tudo para que tal aconteça, outras há, coscuvilheiras, que apenas espreitam pela janela ou pela porta para reduzirem a sua ansiedade e solidão diárias, deslocam-se sorrateiramente em bicos de pés, sem deixar rasto, porque não se fazem acompanhar nem de rato por um segundo e assim
vai
a
animália
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