sexta-feira, 3 de agosto de 2012

PAÍS POLÍTICO EM FÉRIAS

O país está a desaparecer.
Desaparecem as grandes Companhias Nacionais, como a TAP , que o Conselho de Ministros deixou resolvido antes de ir a banhos e, os sectores estratégicos estão a ser vendidos, em saldos últimos aos amigos dos favores e das comissões.
Portugal é actualmente um escritório de representações nacionais e estrangeiras, com o manager Borges a tratar dos contactos e das comissões a distribuir.
Desaparece com o país, a vergonha de cometer crimes.
Desaparece a sensação de ridículo, aquele ridículo que caía da cabeça aos pés quando alguém sabia que estava a fazer mal.
Desaparece a vergonha por mentir. Mentir é feio, dizia-se.
O país político foi a banhos, decrépito, rafeiro sem imaginação, medíocre mas violento no roubo, sombrio.
Para falar deste tipo de miseráveis é preciso ter engenho extremo, o que no meu caso é apenas tentativa, caso contrário passaremos a dar sentenças, tal como eles nos fazem a nós.
Esta gente fútil, cansada de ganhar dinheiro sem trabalhar, governantes que apesar de tudo chefiam um povo que não merecem, sentem-se cansados, imagine-se.
Os portugueses são um tratado de paciência para quem nos quiser estudar.
Somos feitos de paciência contida, de reserva e silêncio.
Claro que este domínio interior se transbordar, dará lugar à tragédia.
Estes últimos governos impõem-nos austeridade que traduzem pelo medo que têm dos ricos deixarem de ser ricos. Numa visão estreita a que chamarão pragmática, açambarcam tudo que podem, com medo do dia de amanhã, em que já não haverá mais nada para roubar, "atrás de mim os que vierem que fechem a porta", tem sido sempre esta a regra.
Dá calafrios até, assistir à paciência que o povo tem tido, mas esta paciência é feita de sacrifícios profundos e marca esta terrível linha de combate que é a autoridade.
O povo português está em posição de olhar firmemente e sem arrebatamento algum, sem o peso da culpa, embora sendo pecador, mas com muita fadiga dela.
Temos que  enfrentar os inimigos, deixando as nossas perplexidades e penas e deixando, essencialmente de sermos figuras num quadro de Greco, à espera dum milagre.
Estala-nos a alma, é preciso abrir o peito não às recordações, mas a quem nos aniquila e fazê-los regressar  de onde vieram.
É urgente voltar à alegria, a viver e esta é uma boa altura para começar.

Sem comentários: