terça-feira, 7 de agosto de 2012

POR CORTESIA MINTAM

Houve tempos em que nos mentiam e nós não gostávamos.
Hoje chamam transparência a qualquer coisa muito opaca mas sem vergonha, que não anda muito longe das práticas fascistas com cenários cinematograficamente democratizados.
Vivemos numa espécie de Inferno Dantesco onde os diabos se apresentam como virgens. Parecem alegres mas são sinistros e fazem-nos reviver a Idade Média e os seus pesadelos. Não habitamos a I.M, mas conhecêmo-la também através  destes capitalistas desenfreados e seus acólitos  que fabricam novas Idades Médias e não apenas com cenários de cartão como nos filmes.
Não gosto de psicologizar a sociedade ou psiquiatrizá-la, senão diria que estes capitalistas sem adjectivo, porque todos os que conheço esbarram nesta espécie, se encontram demasiado depressivos, que caíram numa tristeza profunda e lançam as suas lanças contra os seus vassalos como novos Césares que não são.
Continuo a pensar que a vida é muito curta e a deixar marca para a posteridade, não deverá ser pela via do crime.
Estes capitalistas de agora, nem sei se é assim que se deve chamar a esta gente, não destroem empresas nem famílias que delas dependem, mas países inteiros.
Sabemos que foi a vaidade que levou Oliveira e Costa a fazer e desfazer um Banco e a ajudar o país a afundar ainda mais, este é apenas um pequeno exemplo, mas e os outros?, o que leva esta gente a querer divinizar-se desta maneira? Será para escapar das suas responsabilidades enquanto pessoas? Será por se sentirem demasiado frágeis e vulneráveis que necessitam de apunhalar tudo e todos que encontram pela frente? Será que são tocados de alguma demência genética e que necessitem de se rodear de todos os "senadores empenhados" que encontrarem? Será que se querem libertar de alguma cólera escondida, de impotências várias e insuflam os seus caracteres desvairados, tão cheios de pánico, de milhões e milhões de euros, dólares, ou outra moeda qualquer?
Estou a lembrar-me não do tio Patinhas que esse era um bocadito mais  simpático na sua banheira cheia de moedas, lembro-me  de Horta Osório no meio da sua depressão, dos seus olhos arregalados e principalmente da sua afirmação "houve precipitação  e pouca transparência no BPN".
Embora não perceba perfeitamente o que os move num período tão curto que é a vida, a quererem  tamanha riqueza  e os considere nervosos, vulneráveis, vulgares, continuo  essencialmente a achá-los gloriosos. TÊM A GLÓRIA DOS POBRES DE ESPÍRITO.
Por cortesia mintam, tornar-se-ão menos impertinentes a meus olhos, já que tenho que os considerar ainda pessoas. 

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