"É na água das minhas lágrimas que eu levo o esforço dos outros ao meu moinho. E eles fazem-me o jogo porque, se eu exploro a minha dor, real ou imaginária, também exploro a fácil piedade dos que, temendo a sua própria ruína, correm a socorrer-me para assim se tornarem credores também da compaixão alheia."
José Rodrigues Miguéis, in Diário Popular, 7 de Novembro de 1963
terça-feira, 30 de junho de 2015
A EUROPA TEM MEDO DE FICAR SÓ COM A ALEMANHA E A FRANÇA
VERGONHOSO O QUE A EUROPA ESTÁ A PROPOR À GRÉCIA.
A EUROPA PRESSIONADA PELOS E.U. VAI FAZENDO PROPOSTAS DESONESTAS E CAMPANHA PELO SIM AO REFERENDO QUE O GOVERNO GREGO VAI FAZER AO POVO SOBRE A CONTINUIDADE OU NÃO NO EURO.
A EUROPA PRESSIONADA PELOS E.U. VAI FAZENDO PROPOSTAS DESONESTAS E CAMPANHA PELO SIM AO REFERENDO QUE O GOVERNO GREGO VAI FAZER AO POVO SOBRE A CONTINUIDADE OU NÃO NO EURO.
NÃO
A TRAGÉDIA GREGA VIROU TELENOVELA.
Ainda bem que assim é por um lado, porque toda a gente resolveu falar sobre o assunto.
Agora só falta pensar primeiro e falar depois
Entretanto outros há muito pensaram bem e disseram melhor
que me apeteceu relembrar
- Maiakovski, poeta russo escreveu, no início do século XX : Na primeira noite, eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.
Maiakovski (1893-1930)
- Depois Bertold Brecht escreveu:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram os desempregados
Mas como eu tenho o meu emprego
Também não me importei
Agora estão me a levar a mim
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo. Já não há ninguém...
Bertold Brecht (1898-1956)
Ainda bem que assim é por um lado, porque toda a gente resolveu falar sobre o assunto.
Agora só falta pensar primeiro e falar depois
Entretanto outros há muito pensaram bem e disseram melhor
que me apeteceu relembrar
- Maiakovski, poeta russo escreveu, no início do século XX : Na primeira noite, eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.
Maiakovski (1893-1930)
- Depois Bertold Brecht escreveu:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram os desempregados
Mas como eu tenho o meu emprego
Também não me importei
Agora estão me a levar a mim
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo. Já não há ninguém...
Bertold Brecht (1898-1956)
segunda-feira, 29 de junho de 2015
CONTINUANDO COM JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS
de quem muito gosto e quase tudo li
"Poderia ele ter antes perguntado que obscuras amarras nos retêm assim o quadrilátero lusitano, cultivando a solidão e o anonimato: talvez desde sempre a politicagem - "todos d'el-rei" ou "todos" do partido" - à qual sacrificamos tudo: a lógica, a verdade, e - aí, sobretudo - a obra e a reputação. Não foi decerto por amor à terra que nos fizemos ao Mar: a fome, a injustiça e a ambição tiveram nisso algum papel. "
"Poderia ele ter antes perguntado que obscuras amarras nos retêm assim o quadrilátero lusitano, cultivando a solidão e o anonimato: talvez desde sempre a politicagem - "todos d'el-rei" ou "todos" do partido" - à qual sacrificamos tudo: a lógica, a verdade, e - aí, sobretudo - a obra e a reputação. Não foi decerto por amor à terra que nos fizemos ao Mar: a fome, a injustiça e a ambição tiveram nisso algum papel. "
AO POETA AMADEU BAPTISTA (que me conste não se passeia por aqui) E A TODOS OS OUTROS QUE COMO ELE PENSAM
Nas eras lendárias do Cristianismo - nem talvez o nome de Portucale existisse ainda - houve um bispo que lamentou ter sido "desterrado" para esta selva do cabo-do-mundo, inçada de pagãos. Muitos séculos depois, o cronista Azurara queixava-se de vivermos entalados entra " a muralha das Espanhas" e as profundezas do Atlântico. Chorava-se, quem sabe, de não continuarmos integrados nas "Espanhas". Eu creio que vivemos antes entalados em nós próprios: porque, lá de muralhas, o remédio é derrubá-las!
José Rodrigues Miguéis, Diário Popular, 24 Fevereiro e 31 de Março, 1977
José Rodrigues Miguéis, Diário Popular, 24 Fevereiro e 31 de Março, 1977
domingo, 28 de junho de 2015
PRESENTE E FUTURO
Estive a reler Luís de Camões esta tarde, à sombra da minha magnólia.
Gosto tanto deste rapaz poeta, mas tanto.
Camões como todos os que o leram sabem, não é do passado, é do presente e do futuro. Camões amoroso, arrebatado, inteligente representa-nos duma forma fabulosa, vai desde a volúpia até ao fatalismo, está lá tudo.
Os Lusíadas deveriam ser lidos por todos os portugueses, todos se reveriam nele, é a própria 'alma' portuguesa que aí está representada.
Que pena termos mandantes analfabetos e anti-patriotas. Camões disse em verso o que muitos ensaístas não conseguiram, sobre o que são, como sentem e o que pensam os portugueses, numa palavra, a sua personalidade.
Gosto tanto deste rapaz poeta, mas tanto.
Camões como todos os que o leram sabem, não é do passado, é do presente e do futuro. Camões amoroso, arrebatado, inteligente representa-nos duma forma fabulosa, vai desde a volúpia até ao fatalismo, está lá tudo.
Os Lusíadas deveriam ser lidos por todos os portugueses, todos se reveriam nele, é a própria 'alma' portuguesa que aí está representada.
Que pena termos mandantes analfabetos e anti-patriotas. Camões disse em verso o que muitos ensaístas não conseguiram, sobre o que são, como sentem e o que pensam os portugueses, numa palavra, a sua personalidade.
QUEIXAS
Todos nós nos queixamos, todos aqueles que aspiram a viver numa sociedade melhor e mais justa.
Só os políticos se justificam. Quando foi da Grande Guerra de 1914, os políticos afirmavam que seria a última.
Só os políticos se justificam. Quando foi da Grande Guerra de 1914, os políticos afirmavam que seria a última.
sábado, 27 de junho de 2015
HORA DA VERDADE
Numa comunicação ao país feita ontem por volta das onze da noite, em Atenas, Tsipras anunciou a realização de um referendo no próximo dia 5 de Julho. O eleitorado terá de dizer se aceita, ou não, as condições impostas pela troika. O Syriza irá bater-se pelo NÃO, o que significa estar preparado para romper com a moeda única. Horas antes do statement, o primeiro-ministro grego havia rejeitado as exigências dos credores e um pacote de “auxílio” proposto pelas instituições: dezasseis mil milhões de euros para pagar dívidas e extensão do programa de ajuda até Novembro. Não, disse ele. O povo fará o desempate. Seja qual for o resultado, a situação deixa o Governo grego numa situação complicada. Se o NÃO ganhar, Tsipras terá legitimidade para regressar à dracma, com tudo o que isso implica. Se a vitória for do SIM (e há quem diga que essa possibilidade é quase certa), o Syriza terá de fazer uma de duas coisas: ou abandona o Governo, provocando novas eleições; ou aplica o pacote dos “chantagistas”. A ver vamos.
do blog do Eduardo Pitta
ATÉ UM 'PERIGOSO ESQUERDISTA' ACHA ISTO
“O FMI está a gozar connosco?”, pergunta Krugman
“Os mesmos que falharam redondamente em prever os estragos que a austeridade causou estão agora a dar lições aos outros sobre crescimento?”, questiona o Prémio Nobel da Economia no New York Times.
sexta-feira, 26 de junho de 2015
quando vejo televisão, só confirmo o que já sei
Este Diogo Feio do CDS é mesmo um betinho a raciocinar. Coitadoooooooooooooooooooooo......
E o António Filipe do PCP - parece que tem umas palitas nos olhinhos a dizer mal do BE lá do sítio (Grécia) e diz que a Grécia é um motivo de reflexão interessante. Estes tipos quem não os conhecer bem que os compre. Que gente.......................
Estes tipos do PCP só querem ser oposição sempre, todo a vida, ad eternum, que raio de esquerda esta.
Para mim, esquerda é aquela que quer ser governo e mudar as coisas, derrotar a direita, unir-se às outras esquerdas e formar governo, gosto mesmo do Syriza caraças, até com a direita se uniu sem se furtar às responsabilidades, para servir o povo.
São tão teóricos estes tipos e vivem à nossa custa, que rica vidinha! Masturbam-se atirando palavras, que se dizem da política. As televisões discutem a Grécia como discutem futebol.
E o António Filipe do PCP - parece que tem umas palitas nos olhinhos a dizer mal do BE lá do sítio (Grécia) e diz que a Grécia é um motivo de reflexão interessante. Estes tipos quem não os conhecer bem que os compre. Que gente.......................
Estes tipos do PCP só querem ser oposição sempre, todo a vida, ad eternum, que raio de esquerda esta.
Para mim, esquerda é aquela que quer ser governo e mudar as coisas, derrotar a direita, unir-se às outras esquerdas e formar governo, gosto mesmo do Syriza caraças, até com a direita se uniu sem se furtar às responsabilidades, para servir o povo.
São tão teóricos estes tipos e vivem à nossa custa, que rica vidinha! Masturbam-se atirando palavras, que se dizem da política. As televisões discutem a Grécia como discutem futebol.
SEM INGENUIDADE ABNÓXIA
SEI O QUE NÃO SOU, MAS TAMBÉM SEI O QUE SOU - li isto algures e é isto exactamente o que se passa.
quinta-feira, 25 de junho de 2015
BB - BERTOLT BRECHT
CONTRA OS OBJECTIVOS
1
Quando os que combateram a injustiça
Mostram as faces feridas
A impaciência dos que estiveram em segurança é
Grande.
2
Porque vos queixais? - perguntam eles
Combatestes a injustiça! Agora
Foi ela que vos venceu: calai-vos pois.
3
Quem combate, dizem eles, tem de saber perder
Quem busca a luta corre perigo
Quem age com violência
Não se deve queixar da violência.
4
Ai, amigos que estais em segurança,
Por quê tão inimigos? Somos nós
Vossos inimigos, nós que somos inimigos da injustiça?
Se os combatentes contra a injustiça estão vencidos
Nem por isso a injustiça se faz justa!!
5
Pois as nossas derrotas
Nada provam senão
Que somos poucos
Os que combatemos contra a vilania.
E dos espectadores nós esperamos
Que ao menos tenham vergonha!
Bertolt Brecht
(Trad. Paulo Quintela)
[Luz & sombra]
1
Quando os que combateram a injustiça
Mostram as faces feridas
A impaciência dos que estiveram em segurança é
Grande.
2
Porque vos queixais? - perguntam eles
Combatestes a injustiça! Agora
Foi ela que vos venceu: calai-vos pois.
3
Quem combate, dizem eles, tem de saber perder
Quem busca a luta corre perigo
Quem age com violência
Não se deve queixar da violência.
4
Ai, amigos que estais em segurança,
Por quê tão inimigos? Somos nós
Vossos inimigos, nós que somos inimigos da injustiça?
Se os combatentes contra a injustiça estão vencidos
Nem por isso a injustiça se faz justa!!
5
Pois as nossas derrotas
Nada provam senão
Que somos poucos
Os que combatemos contra a vilania.
E dos espectadores nós esperamos
Que ao menos tenham vergonha!
Bertolt Brecht
(Trad. Paulo Quintela)
[Luz & sombra]
quarta-feira, 24 de junho de 2015
grande S. João
incêndio na propriedade ao lado
com helicóptero e tudo
foi o proprietário que ateou o fogo
avisei a Câmara
avisei a GNR já há dois meses que isto ia acontecer
ninguém fez nada
cada vez mais acredito nas minhas premonições
com helicóptero e tudo
foi o proprietário que ateou o fogo
avisei a Câmara
avisei a GNR já há dois meses que isto ia acontecer
ninguém fez nada
cada vez mais acredito nas minhas premonições
terça-feira, 23 de junho de 2015
COISAS
Quando vejo aí pelas ruas os cartazes de campanha fico entre a vontade de rir e a vontade de insultar esta gente por nos roubar o dinheiro. Para quê colocarem cartazes com aquelas frases? Só é bom para as tipografias do regime e nada mais. Encontrei uns do BE e dos MRPP que são oposição, de contrário aqueles do Costa são perfeitamente anódinos.
segunda-feira, 22 de junho de 2015
VIVA O POVO GREGO
VIVA O POVO GREGO!
VIVA O SYRIZA!
OS LAMBE-BOTAS DOS FASCISTAS DOS PRIMEIROS MINISTROS PORTUGUÊS E ESPANHOL ESTÃO CONTRA. SÃO ENVIADOS DA ALEMÃ PARA FAZEREM LOBBY.
VIVA O SYRIZA!
OS LAMBE-BOTAS DOS FASCISTAS DOS PRIMEIROS MINISTROS PORTUGUÊS E ESPANHOL ESTÃO CONTRA. SÃO ENVIADOS DA ALEMÃ PARA FAZEREM LOBBY.
SEGUNDA-FEIRA
Na realidade um dia, apenas isso, mais um menos um, depende do ponto de vista.
Não me apetece superlativos, aditivos, complementos ou suplementos.
Nada, apenas nada que é tudo.
Há dias que sou aprendiza do tédio, mas vou disciplinar-me, não quero pensar na quantidade de coisas que esquecemos para sempre.
Reamar-me-ei de sensatez, daquela que sempre detestei do mais fundo da minha alma.
Só pode escrever sobre as pegadas da Humanidade quem deveras está feliz ou, pelo contrário, se esconde da infelicidade.
Como gostara eu de encontrar uma abertura na minha mãe por onde revolutear e injectar mais memória.
Não conseguimos dar marteladas na alma, só na testa e essas não resultam.
Esta narrativa está um pouco kafkiana, não será por aí que quero ir, mas que a vida é uma ratoeira e o real é apenas teatro, já os outros o disseram antes de mim.
Não me apetece superlativos, aditivos, complementos ou suplementos.
Nada, apenas nada que é tudo.
Há dias que sou aprendiza do tédio, mas vou disciplinar-me, não quero pensar na quantidade de coisas que esquecemos para sempre.
Reamar-me-ei de sensatez, daquela que sempre detestei do mais fundo da minha alma.
Só pode escrever sobre as pegadas da Humanidade quem deveras está feliz ou, pelo contrário, se esconde da infelicidade.
Como gostara eu de encontrar uma abertura na minha mãe por onde revolutear e injectar mais memória.
Não conseguimos dar marteladas na alma, só na testa e essas não resultam.
Esta narrativa está um pouco kafkiana, não será por aí que quero ir, mas que a vida é uma ratoeira e o real é apenas teatro, já os outros o disseram antes de mim.
Tabuleiro
estou a ficar uma burguesa, é do contágio
já venho de tabuleiro para a mesa com o pequeno almoço
já venho de tabuleiro para a mesa com o pequeno almoço
domingo, 21 de junho de 2015
ARROGÂNCIA
Como se tornam ridículos os que se dizem contra a arrogância clamando com arrogância, que não o são.
Perus nem no forno.
Perus nem no forno.
sábado, 20 de junho de 2015
sexta-feira, 19 de junho de 2015
JÁ!
PRIVATIZEM O AR, CARAGO!
OS TRANSPORTES PÚBLICOS PRIVATIZADOS, É BOM COMO O CARAGO, CARAGO!
a experiência que tenho cá na zona da aldeia onde vivo é que são muito mais caros e só funcionam às horas de ponta, com camionetas e motoristas velhos.
JÁ PRIVATIZARAM A ÁGUA, A ELECTRICIDADE, AGORA OS TRANSPORTES, PORRA SÓ FALTA MESMO O AR, NEM SOIS GOVERNANTES NEM SOIS NADA CARAGO. PRIVATIZEM O AR, DO QUE ESPERAIS?
só deve respirar quem tiver dinheiro assim mesmo, pois claro! Já! Antes que seja tarde, vamos lá!
OS TRANSPORTES PÚBLICOS PRIVATIZADOS, É BOM COMO O CARAGO, CARAGO!
a experiência que tenho cá na zona da aldeia onde vivo é que são muito mais caros e só funcionam às horas de ponta, com camionetas e motoristas velhos.
JÁ PRIVATIZARAM A ÁGUA, A ELECTRICIDADE, AGORA OS TRANSPORTES, PORRA SÓ FALTA MESMO O AR, NEM SOIS GOVERNANTES NEM SOIS NADA CARAGO. PRIVATIZEM O AR, DO QUE ESPERAIS?
só deve respirar quem tiver dinheiro assim mesmo, pois claro! Já! Antes que seja tarde, vamos lá!
AL BERTO
Não sei o que me aconteceu para ficar tão triste.
Lembro-me de ter percorrido meio mundo à procura de imagens.
Tinham- me dito: é no movimento incessante de quem viaja que encontrarás
a imobilidade que desejas.
Mas eu não sabia para onde ir. Deambulei anos a fio, e nunca encontrei as imagens
que queria. Gastei as parcas forças que tinha neste trabalho,
até que um dia me perdi junto ao mar.
Resolvi construir, ali mesmo, uma casa.
Tencionava não sair mais daquele lugar onde me perdera. Imobilizar- me,
viver e envelhecer dentro de quatro paredes nuas erguidas pelas minhas mãos.
Morrer frente ao mar, sozinho, como num romance que lera havia anos.
Esperar que a casa se esboroasse e me servisse, por fim, de túmulo.
Assim não aconteceu. Algum tempo depois, a casa transformou-se subitamente
em prisão. E talvez tenha sido isso que me pôs, assim, triste para sempre.
Custava-me a crer que aquilo que eu próprio construíra acabasse de me atraiçoar.
Assustei-me e fugi nessa mesma noite. Ignoro o que se passou com a casa.
Não sei se ainda existe... o que sei é que a meio daquela fuga desesperada
ocorreu-me o que me levaria, enfim, a encontrar o esconderijo para a minha
imobilidade.
É desse lugar iluminado que, hoje, vos falo.
Fui ter com um fotógrafo meu amigo e pedi-lhe para me retratar.
Ele acendeu um foco de luz. Sentei-me no centro dele.
A máquina disparou sem cessar.
Gesticulei, abri os braços, mexi-me muito - como se soubesse
que nunca mais o voltaria a fazer.
Quando o meu amigo mergulhou o papel fotográfico no revelador,
eu também mergulhei. Mas devo ter desmaiado uns segundos, talvez minutos,
porque ao retomar consciência senti as pernas e os braços dormentes
- e todo o meu corpo estava mole.
Um véu de luz toldou-me a visão. Ceguei por instantes, mas não foi
uma sensação desagradável. Depois, o corpo começou a ondear,
a impregnar-se no papel e a coincidir com o retrato que o meu amigo fizera de mim.
Segundos mais tarde uma pinça metálica tirava-me do revelador. Senti, então,
a frescura da água - e toda a superfície da folha de papel, o meu novo corpo,
brilhou. Em seguida deixei-me entorpecer na temperatura tépida,
voluptuosa, do fixador.
Tinha encontrado o esconderijo.
E aqui estou, diante de quem me visita e olha. Apesar de não ter deixado de ser
um homem triste, adquiri a vantagem de estar sentado, e de já não precisar
de fugir ou desejar seja o que for.
Mas o pior momento do dia é aquele em que nos separamos. Não consigo dormir.
Fico noite fora com a minha solidão - e quem esteve a ver-me parte
com o susto de continuar a existir.
Nenhum de nós é capaz de murmurar: fica comigo e toca-me. E a noite cai,
de certeza, mais escura para quem parte.
Eu sou apenas a imagem do que fui. Não sinto nada.
Certa vez, um homem e uma mulher pararam diante de mim. Olharam-me muito tempo.
Aproximaram-se, afastaram-se, voltaram a aproximar-se do vidro que me protege. O nariz da mulher quase me tocou nos joelhos.
De repente, a mulher inclinou a cabeça, sobressaltou-se e disse:
- Zé, perdi o vidro do relógio.
O homem baixou-se e procurou-o. Quando o encontrou, deu-lho. Mas ela argumentou:
- A culpa foi tua. Eu não queria vir aqui.
O homem, muito sério, respondeu-lhe.
- Francamente, Fátima, não te toquei no pulso. Não mexi no tempo. Nunca mexo no tempo...
Outras vezes, quando não está ninguém olhar para mim, ponho-me a cismar:
A luz é o meu túmulo.
Em tempos, os meus gestos tiveram o rigor da abelha que rouba o pólen à flor.
Com esses gestos quis construir um espaço para o silêncio. Uma morada
onde fosse possível ignorar o mundo, ou esquecê- lo.
De vez em quando, aceito ainda o mistério das palavras que me cercam
e não coincidem, em nada, com a realidade. Eu só quis celebrar a vida.
Encontrar o esconderijo onde fosse possível um derradeiro acto de paixão.
O esconderijo onde pudesse, de novo, tocar teu rosto
e recusar a aridez da calúnia.
Mas a luz é o meu túmulo.
A pouco e pouco incendiaram-se os negros profundos, o círculo luminoso
aprisionou-me, e as mãos gesticularam sem sentido. O interior das paisagens
guardou a tua ausência. E numa última visão a madrugada
irrompeu do mar adormecido.
As mãos abriram-se novamente,
quando o dia começou a devorar a nudez do corpo.
Comovido, perdi a voz.
Não podia chamar-te, lembro-me, por isso desatei a escrever o teu nome
nas paredes da cidade. Tempo perdido. Já não podias ouvir-me nem ler-me.
Foi quando desejei, com ardor, este esconderijo.
Aqui, pelo menos, respiro ar condicionado, e um foco de luz
simula a eternidade dos dias.
Não há emoções, nem palavras ditas em voz alta. Não acontece nada,
nem se ouve respiração alguma.
Quem me visita diz coisas fantásticas a meu respeito. Nunca confirmo
nem desminto. Limito-me a ouvir e calo-me. Porque há coisas que devem correr com o tempo e, mais tarde ou mais cedo, nele se apagam.
É claro que também há coisas guardadas na minha memória de papel.
Mas essas, já não tenho a certeza de que alguém as tenha dito
ou eu as tenha, de facto, ouvido.
Por vezes ponho-me a sorrir, mas ninguém consegue ver que sorrio,
porque o retrato que me esconde - como eu - está morto e desfocado.
E a luz é o nosso túmulo.
al berto
o esconderijo do homem triste
"ver", círculo de leitores
lisboa, verão 1992, n.º 19
convencimento
Quando as pessoas não dão 'sinais de vida', certo sabido que estão pior do que nós.
A dificuldade está em saber se devemos ou não deixa-las no seu mundo, respeitar-lhes o momento.
Discuti esta questão num grupo de amigas e fiquei isolada.
Enquanto elas eram de opinião que se devia trazer a pessoa ao 'nosso' mundo, eu defendia que não, que essa intromissão é desagradável, que traz consigo culpabilidade e dava exemplos: se alguém telefonava ou escrevia a outrem sem receber resposta, devia deixar que o tempo fizesse o seu trabalho e não fazer com que o outro se sentisse obrigado a responder e culpado por o não fazer.
Respondiam-me que se assim fosse, as pessoas que estavam mal ficariam mais tristes ainda, blá, blá, blá.
Cada qual ficou na sua, mas convencida estou que controladas as variáveis, doença, comida e dinheiro, devemos estar atentos(as) mas mantermo-nos afastados (as). Claro que para que tal aconteça a confiança na amizade tem que ser total e cada um ter conhecimento pleno que se precisar daquela pessoa, ela está lá, como se tivessem conversado no dia anterior.
Um tema interessante para discussão e como todos os temas que se relacionam com atitudes e comportamentos de resposta multifactorial e sujeito a diversos mal entendidos.
A dificuldade está em saber se devemos ou não deixa-las no seu mundo, respeitar-lhes o momento.
Discuti esta questão num grupo de amigas e fiquei isolada.
Enquanto elas eram de opinião que se devia trazer a pessoa ao 'nosso' mundo, eu defendia que não, que essa intromissão é desagradável, que traz consigo culpabilidade e dava exemplos: se alguém telefonava ou escrevia a outrem sem receber resposta, devia deixar que o tempo fizesse o seu trabalho e não fazer com que o outro se sentisse obrigado a responder e culpado por o não fazer.
Respondiam-me que se assim fosse, as pessoas que estavam mal ficariam mais tristes ainda, blá, blá, blá.
Cada qual ficou na sua, mas convencida estou que controladas as variáveis, doença, comida e dinheiro, devemos estar atentos(as) mas mantermo-nos afastados (as). Claro que para que tal aconteça a confiança na amizade tem que ser total e cada um ter conhecimento pleno que se precisar daquela pessoa, ela está lá, como se tivessem conversado no dia anterior.
Um tema interessante para discussão e como todos os temas que se relacionam com atitudes e comportamentos de resposta multifactorial e sujeito a diversos mal entendidos.
quinta-feira, 18 de junho de 2015
DE AMADEU BAPTISTA
Os Selos da Lituânia / 2
não tive pai nem mãe, no sentido
bíblico do termo. creio bem
ter nascido de uma pedra, em volta
havia o perfil da magnólia
e era extenso o azul do firmamento,
ao derredor da cabeça, tocada e doce. o mundo,
o mundo a que cheguei, não era mais
que uma pedreira, de onde os homens
partiam em silêncio para os campos
em que a solidão recrudescia, a solidão
inúmera dos campos onde os bois
partilhavam o destino com as fontes
e viam, muito ao longe, as ânforas
e a lâmpada, a corça e o veado,
as torres das cidades sitiadas.
a estrela que me coube
era pobre e distante. num momento
não pude mais fazer que recolher
sombra das sombras com as mãos,
à procura de um rumor que incitasse
ao êxtase e à aventura, procedendo
como se não fosse mais que um desconhecido
a perguntar ao vento e à geada
pelo significado oculto que entrevia
no rosto dos meus contemporâneos.
não tive pai nem mãe, sobre a ternura
só aprendi o que havia
de recolher de um vaso, muitas vezes
apenas sangue, muitas vezes
o descorado clamor dos céus,
quando a chuva molhava os meus cabelos
como se fossem peixes fora de água.
não tive pai nem mãe, o que recuso
é dessa direcção que sempre vem
e aqui se demora para que a magnólia
transfigure os seus frutos em furacões.
in Os Selos da Lituânia, Lisboa, & Etc, 2008
VIDA LONGA PARA O POVO GREGO!
Esta Legião de malfeitores que lidera a Europa caduca e proxeneta declarou guerra ao povo grego e à sua luta pela sobrevivência.
Desejo que este povo maravilhoso que elegeu um governo democrata, não claudique face às enormes dificuldades do quotidiano e não indique parcialidade nem fraqueza.
Desejo que este povo maravilhoso que elegeu um governo democrata, não claudique face às enormes dificuldades do quotidiano e não indique parcialidade nem fraqueza.
EM CONTRAPARTIDA...
A SENHORA JAPONESA AJEITAVA O CHAPÉU PARA O SOL NÃO LHE QUEIMAR O PESCOÇO E ACONCHEGAVA AS LUVAS NOS BRAÇOS
não há crime perfeito digo eu, os tornozelos, esses iam de fora, ao sol.
não há crime perfeito digo eu, os tornozelos, esses iam de fora, ao sol.
OS MENINOS DA RIBEIRA
a música era:
Então filho-da-puta, atiras-te ou quê?
Que caralho de gajo! e muitas outros versos todos afinados
Então filho-da-puta, atiras-te ou quê?
Que caralho de gajo! e muitas outros versos todos afinados
É TUDO ÀS CLARAS, AGORA CHAMA-SE TRANSPARÊNCIA
EUA abrem a porta a “uso alternativo” das Lajes
Por Nuno Sá Lourenço
Governo português manifestou abertura para instalação de ninho de espiões nos Açores. Senado americano também admite essa possibilidade
J. Público
J. Público
quarta-feira, 17 de junho de 2015
Fenómeno estranho
Mais uma vez sou traída neste dia a que resolvi adjectivar como da liberdade.
Quem me mandou a mim, intitula-lo assim?
Não gostou do nome, as coisas às vezes parecem humanas e também se aborrecem e transpõem os seus sentimentos para as pessoas.
Se alguém ler isto no futuro, um descendente meu, não irá entender ou talvez sim (risos). Tudo viaja no tempo, até as intensidades do amor 'lírico' e as memórias.
Quando escrevo, nem que seja uma frase, penso melhor e pensar é um prazer, talvez o maior que os humanos podem ter, quando escrevo dizia eu, desembrulho-me melhor, por isso mesmo encolhida e prevendo um dia de grande calor, vou fazer-me ao dia.
Espero não ouvir a minha mãe a falar de dores e de morte e de tudo o que nos deprime e isso para mim já é duma enorme importância.
OLÁ DIA, sê generoso!
Quem me mandou a mim, intitula-lo assim?
Não gostou do nome, as coisas às vezes parecem humanas e também se aborrecem e transpõem os seus sentimentos para as pessoas.
Se alguém ler isto no futuro, um descendente meu, não irá entender ou talvez sim (risos). Tudo viaja no tempo, até as intensidades do amor 'lírico' e as memórias.
Quando escrevo, nem que seja uma frase, penso melhor e pensar é um prazer, talvez o maior que os humanos podem ter, quando escrevo dizia eu, desembrulho-me melhor, por isso mesmo encolhida e prevendo um dia de grande calor, vou fazer-me ao dia.
Espero não ouvir a minha mãe a falar de dores e de morte e de tudo o que nos deprime e isso para mim já é duma enorme importância.
OLÁ DIA, sê generoso!
terça-feira, 16 de junho de 2015
OUTRAS COISAS
Mais um dia soltou o mastro
mas já não lhe canto como uma sereia
E o Outono chegou
antes do Verão começar.
mas já não lhe canto como uma sereia
E o Outono chegou
antes do Verão começar.
segunda-feira, 15 de junho de 2015
MÁRIO DIONÍSIO
País de azulejos partidos
de erva trepando entre paredes em ruína
País entregue à sua sina
sem olhos e sem ouvidos
País voraz ruminando o almoço
rindo ou chorando uncapaz de sorrir
País de corpo aberto a quem está a seguir
País do rastejar entre a pele e o osso
Pulinhos para trás e para a frente
de polegar na cava do colete
foguetes procissões uns copos de palhete
país da pequenez de si mesma contente
País indiferente aos que dão por ele a vida
País herói se não há perigo em sê-lo
País de velhos do Restelo
dado à mão-baixa perto e consentida
País que tudo quer e nada quer tudo suporta
País do faz como vires fazer
País do quero lá saber
do quem vier depois que feche a porta
MÁRIO DIONÍSIO
Terceira Idade
(1982)
de erva trepando entre paredes em ruína
País entregue à sua sina
sem olhos e sem ouvidos
País voraz ruminando o almoço
rindo ou chorando uncapaz de sorrir
País de corpo aberto a quem está a seguir
País do rastejar entre a pele e o osso
Pulinhos para trás e para a frente
de polegar na cava do colete
foguetes procissões uns copos de palhete
país da pequenez de si mesma contente
País indiferente aos que dão por ele a vida
País herói se não há perigo em sê-lo
País de velhos do Restelo
dado à mão-baixa perto e consentida
País que tudo quer e nada quer tudo suporta
País do faz como vires fazer
País do quero lá saber
do quem vier depois que feche a porta
MÁRIO DIONÍSIO
Terceira Idade
(1982)
A ANDORINHA
Ao colo embalo os meus amores mortos
Minguo, envelheço
Lamento
lamento demasiado.
Diminui o meu mundo
e o meu tamanho.
E uma andorinha abrandou o voo
para logo voar, dançar em frente a mim
Bateu as asas e fez pst, pst
Cheguei-me mais e escutei-a:
O teu corpo ainda é teu.
Anda, ontem foi ontem
Mas hoje vai sendo o amanhã
Mas ainda não o é.
Dança, voa.
Não atrases os dias
Mas não os adiantes muito.
Acabaste de dar corda aos relógios.
Minguo, envelheço
Lamento
lamento demasiado.
Diminui o meu mundo
e o meu tamanho.
E uma andorinha abrandou o voo
para logo voar, dançar em frente a mim
Bateu as asas e fez pst, pst
Cheguei-me mais e escutei-a:
O teu corpo ainda é teu.
Anda, ontem foi ontem
Mas hoje vai sendo o amanhã
Mas ainda não o é.
Dança, voa.
Não atrases os dias
Mas não os adiantes muito.
Acabaste de dar corda aos relógios.
domingo, 14 de junho de 2015
PAUL CELAN
Do Lado de Lá
Só para lá dos castanheiros está o mundo.
De lá sopra à noite um vento trazido pelas nuvens
e que por aqui algures vai ficando…
é ele que o transporta, por sobre os castanheiros:
“ tenho a doçura dos Anjos, e um dedal vermelho!
só para lá dos castanheiros está o mundo…”
É então que eu canto, baixinho, como fazem os grilos,
é então que o agarro, o impeço de fugir:
o meu apelo prende-lhe as articulações!
Oiço o vento que regressa em inúmeras noites:
“ comigo ardem os longes, contigo o apertado…”
Eu então canto baixinho, como fazem os grilos.
Mas se hoje a noite não se iluminar
e o vento voltar trazido pelas nuvens:
“ tenho a doçura dos Anjos, e um dedal vermelho!”
e se ele quiser passar para lá dos castanheiros -
então eu, então eu não o prenderei aqui…
Só para lá dos castanheiros está o mundo.
COMO É POSSÍVEL? CLARO QUE É.
CLARO QUE É.
O POVO É...
E NÃO HÁ SÓ UM MINISTÉRIO DA PROPAGANDA, HÁ MIL A TRABALHAR MELHOR QUE BEM MAIS AS TELEVISÕES TODAS.
ADMIREM-SE SE ESTES CRIMINOSOS FICAREM À FRENTE DOS OUTROS E CONTINUAREM A PRATICAR OS MESMOS CRIMES DEPOIS DE ELEITOS
EU NÃO ME ADMIRARIA
O POVO É...
E NÃO HÁ SÓ UM MINISTÉRIO DA PROPAGANDA, HÁ MIL A TRABALHAR MELHOR QUE BEM MAIS AS TELEVISÕES TODAS.
ADMIREM-SE SE ESTES CRIMINOSOS FICAREM À FRENTE DOS OUTROS E CONTINUAREM A PRATICAR OS MESMOS CRIMES DEPOIS DE ELEITOS
EU NÃO ME ADMIRARIA
FALANDO DA JUSTIÇA
Queixam-se da Justiça, da falta dela mais propriamente.
Já se esqueceram como era o Justiça no fascismo? A Saúde, a Educação?
Para quando o entendimento que já mudamos de Regime?
Já não vivemos em Democracia há muito.
Já se esqueceram como era o Justiça no fascismo? A Saúde, a Educação?
Para quando o entendimento que já mudamos de Regime?
Já não vivemos em Democracia há muito.
LEVANTANDO OS ESTORES
... começa o maravilhamento.
Ver esta paisagem idílica apontada por um raio de sol ao nascer do dia, é encher a alma de alegria.
Possuir ainda os cinco sentidos. Poder escutar o silêncio interrompido pela orquestra de pássaros que nesta altura acompanha a dança que o raio de sol executa ao acordar as montanhas, acompanhar as nuvens que se levantam ternamente aqui para se irem deitar lá ao fundo, é louvar todos os deuses e vir à memória todos os românticos lidos e não lidos.
Não há palavras que ofusquem este brilho, não há tela por mais bem pintada que seja que impressione de tal maneira os sentidos.
Nada mais tenho a declarar, a não ser que até o Stravinsky me vem aos ouvidos quando sinto, vejo, esta majestosa paisagem.
Ver esta paisagem idílica apontada por um raio de sol ao nascer do dia, é encher a alma de alegria.
Possuir ainda os cinco sentidos. Poder escutar o silêncio interrompido pela orquestra de pássaros que nesta altura acompanha a dança que o raio de sol executa ao acordar as montanhas, acompanhar as nuvens que se levantam ternamente aqui para se irem deitar lá ao fundo, é louvar todos os deuses e vir à memória todos os românticos lidos e não lidos.
Não há palavras que ofusquem este brilho, não há tela por mais bem pintada que seja que impressione de tal maneira os sentidos.
Nada mais tenho a declarar, a não ser que até o Stravinsky me vem aos ouvidos quando sinto, vejo, esta majestosa paisagem.
sábado, 13 de junho de 2015
sexta-feira, 12 de junho de 2015
depende do dia
Embora a dor nunca me abandone
A alegria resiste sempre
Um dia mais e outro menos
Como outras coisas
que nunca descreverei
ou talvez sim
ou talvez não
Depende do dia.
A alegria resiste sempre
Um dia mais e outro menos
Como outras coisas
que nunca descreverei
ou talvez sim
ou talvez não
Depende do dia.
liguei a televisão
e o que vi?
um programa sobre Lisboa
e
as marchas populares
RI-ME À GARGALHADA
porquê?
Vi África, Brasil, Macau, etc.
tudo menos marchas populares
FANTASTIQUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!
um programa sobre Lisboa
e
as marchas populares
RI-ME À GARGALHADA
porquê?
Vi África, Brasil, Macau, etc.
tudo menos marchas populares
FANTASTIQUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!
quinta-feira, 11 de junho de 2015
PARA NÃO ACABAR EM RAIVA
prefiro as minhas queridas árvores.
odeio traidores à Pátria
os criminosos que nos têm governado
além de traidores, são bestialmente estúpidos
algo que as árvores não são
odeio traidores à Pátria
os criminosos que nos têm governado
além de traidores, são bestialmente estúpidos
algo que as árvores não são
SÓ ME FALTA SABER UMA COISINHA...
Para é que eles querem os 10 milhões da dádiva da TAP?
Vão para férias mais cedo, não têm subsídio de férias.
Ó traidores à Pátria, até as putas quando abrem as pernas têm 'tabelas'.
Foi com ou sem preservativo (leia-se qual a comissão para cada um)?
Vão para férias mais cedo, não têm subsídio de férias.
Ó traidores à Pátria, até as putas quando abrem as pernas têm 'tabelas'.
Foi com ou sem preservativo (leia-se qual a comissão para cada um)?
SAIR, EIS A QUESTÃO!
Sair para onde?
A cidade desurbaniza-me
e não há cinema de manhã.
A trovoada, o ar
aqui largados
reconheceram a minha cabeça
e sentaram-se.
Aguardo que os girassóis me libertem.
A cidade desurbaniza-me
e não há cinema de manhã.
A trovoada, o ar
aqui largados
reconheceram a minha cabeça
e sentaram-se.
Aguardo que os girassóis me libertem.
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Subscrever:
Mensagens (Atom)