Nas eras lendárias do Cristianismo - nem talvez o nome de Portucale existisse ainda - houve um bispo que lamentou ter sido "desterrado" para esta selva do cabo-do-mundo, inçada de pagãos. Muitos séculos depois, o cronista Azurara queixava-se de vivermos entalados entra " a muralha das Espanhas" e as profundezas do Atlântico. Chorava-se, quem sabe, de não continuarmos integrados nas "Espanhas". Eu creio que vivemos antes entalados em nós próprios: porque, lá de muralhas, o remédio é derrubá-las!
José Rodrigues Miguéis, Diário Popular, 24 Fevereiro e 31 de Março, 1977
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