segunda-feira, 8 de maio de 2023

QUANDO A VIDA POLÍTICA NOS DEPRIME

Esta hipocrisia e cinismo constantes, este atirar contínuo de armas e armadilhas, Estes sacristães políticos e sociais em simultâneo com os tortuosos juristas e economistas que nos aparecem como fantasmas a todas as horas nos meios de comunicação social, deprimem-nos. Para se juntarem à orquestra chegam todos os maquiaveis provincianos, tipos salazarentos e agoirentos numa versão pop-chula de má qualidade e aos gritos. O povo português apostou todas as fichas no PS, deu-lhes maioria absoluta, desconhecendo que os ministros escolhidos pelo chefe e PM Costa não estavam à altura de governar. Este povo exaltado, emotivo, caucionado pela incultura e falta de educação cívica e não só, vive para dentro numa completa irrealidade, em vez de viver uma vida colectiva efectiva. Gostam mais do Fado e de Fátima, do sentimento épico e glorioso do que resolver os verdadeiros problemas. É sempre para amanhã o que pode ser resolvido hoje. Parece um povo cego, passivo. Prefere adequar-se do que exprimir-se com coerência. Parece um povo infantil, olhamos com naturalidade as imaturidades políticas. Tivemos o 25 de Abril porque não o aproveitamos? Se calhar pela mesma razão que não aproveitamos a 2ª República. Voltamos a tudo de novo. Apenas uma minoria privilegiada merece existir. A Democracia não é isso. A Democracia fez-se para determinar os limites entre os muito ricos e os pobres e o que têm feito os governantes? Apoiar os ricos, tornando-os muito ricos. Aumentar impostos para a classe trabalhadora, tornando a classe média mais pobre e aumentando o nº de pobres que está quase em 3 milhões. Não se cumpriram os princípios mínimos da Democracia. Continuamos com a democracia no abstracto, não a concretizamos e assim as pessoas cada vez mais vivem pior. Fomos uns colonizadores que acabamos colonizados. Entramos numa depressão colectiva qualquer dia, mesmo aqueles que têm comida na mesa. Esta forma de estarmos na vida impassíveis, apenas cultivando a maledicência e as conversas de café, esta incapacidade para agirmos e reagirmos faz de nós um povo doente, uns intoxicam-se com neurolépticos, outros continuam aí a caminhar como zombies cometendo actos de loucura ali e acolá.

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