sábado, 28 de julho de 2012

BANALIDADES

É uma banalidade fazer anos, no entanto todas as vezes que os faço, sinto-os e sinto-me de forma diferente.
É um vício quase.
Quando era pequena a minha avó enfeitava-me a cadeira de flores e eu ficava encantada, fascinada e sentia-me mesmo uma princesa.
Fui crescendo e a linguagem festiva foi sendo outra. Reunia-se a família. reuniam-se os amigos e tudo resultava numa enorme felicidade.
Aquela doçura dos dias alegres e verdadeiramente quentes foi experimentada tantas e tantas vezes. Dias com a presença do meu pai e  minha avó e do Sr. Rodrigues, referências para mim, gente que me educou e a quem devo a maior parte do que sou.
Quando fiz 40 anos, a festa foi minhota e meteu rancho folclórico na Casa da Anta. Foi maravilhoso ver-me rodeada de amigos e a alegria tomar conta do local.
Gosto de alegria, de cor,  de gente boa e que goste de mim. Tudo isso tenho tido.
O conhecimento da felicidade que nos rodeia é ao mesmo tempo uma ciência e um trabalho e uma liberdade.
O ano passado fiz 60 anos e uma festa cá em casa. Foi um marco histórico, mais um na minha vida que celebrei com os meus amigos.
Gosto de vez em quando abanar a existência, de ouvir as cigarras a cantar, do ar cálido com cheiros a seiva e da terra a respirar, se calhar são os meus gostos extravagantes.
Este ano os ventos têm-me sacudido e penetrado, mas sei que me cumpre decidir sobre as minhas próprias sensações. É certo que o mundo nos invade e é difícil fazer a síntese, uma boa síntese entre ele e nós.
Os sentimentos não podem ser uma forma de agir, há na natureza humana elementos muito subtis e difíceis de controlar e ultimamente tenho frequentado alguns deles.
Desejo-me em estilo novo de idear novas formas de imaginação.
Desejo-me que a necessidade se torne desejo.

1 comentário:

lua vagabunda disse...

Puxa........... que texto sentido... eu senti-o. Muito. Muitíssimo!!!

Parabéns para além do aniversário. Parabéns pela escrita!