segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

DESTE LADO DA VIDA

Por vezes torna-se difícil escrever aqui. Começa a acontecer-me o que ainda não tinha sido experimentado que é andar a desviar-me dos obstáculos.
Cada vez mais observo as pedras do caminho enquanto caminho para não cair, mas ao mesmo tempo fico com a impressão que ao contorná-las não significa que as  evite. 
Caminho com as palavras mas o que gostava mesmo era de conversar com pessoas com o mesmo "inter-esse" e cada vez está mais difícil. As pessoas, duma maneira geral, não cumprem a primeira regra da conversa  que é saber ouvir porque para saber ouvir é preciso estar interessado e na maior parte das vezes não se escolhe o tema para conversar e cada um fala de coisas diferentes, quiçá, contornando igualmente as pedras do caminho.
Conversar, que não falar, é algo muito difícil.
Nem tudo tem o mesmo peso nem vale a mesma coisa.
Falar é algo que nos foi dado, mas saber conversar é uma conquista e como tudo que é conquistado é mais amado do que  aquilo que é dado.
Hoje  só me aparece uma ideia na minha cabeça, a ideia de ser contribuinte.
Sempre gostei de ser contribuinte, porque ser contribuinte é ser cidadão e enchia-me de orgulho o facto de ter sido contribuinte muito cedo, insurgi-me sempre contra a ideia daqueles que não gostavam de pagar impostos e achavam que o não deviam fazer e hoje dou comigo a pensar que me é muito penoso pagar impostos e penso que estou a ser vítima porque estou viva.
O governo em vez de saber e querer fazer as contas em relação a quanto perde o país em impostos em relação àqueles que partem por uma morte, qualquer que ela seja,  fica contente porque isso acontece.

1 comentário:

lua vagabunda disse...

Divido o teu texto em duas partes. A 1ª concordo em absoluto. E tb lamento. Afinal andamos todos a falar sozinhos. Uns mais q outros...
Eu até acho q já nem sei "conversar" ...

A 2ª e a questão do ser contribuinte, lembro-me logo do Agostinho da Silva. Eu, por mim, jamais seria contribuinte para um estado (capitalista) que não escolhi. Prefiro contribuir no que gosto. Por mim NÃO pagava um único imposto!