quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

MORTE(S)

Morreu o Outono e nasceu o Inverno.
Morreu a democracia e nasceu um híbrido sistema.
Tempos cinzentos estes, quase negros.
Às vezes não sei onde pôr as saudades e venho para aqui recolher-me.
Faz um ano, faltam dois dias, que morreu uma pessoa muito querida e no meio destes dias enevoados, cinzentos, amontoados, escrevo para me lembrar que mais que eu lembrar da sua morte, preciso de recordar a fortuna de a ter conhecido, para me dizer do bom que foi conhecê-la e dos sublimes momentos que os cometas ou estrelas nos tocaram de mansinho.
Se nós pudéssemos pairar com uma ironia alegre sobre o mundo.
Se nós pudéssemos voar e ver a terra com olhos de falcão.
Se nós pudéssemos fazer das estações da vida, estações renováveis da natureza.
Se nós pudéssemos desenhar hexágonos com a nossa própria vida.
Se nós pudéssemos caçar as diversas maravilhas por entre os arbustos da ilusão, então éramos dignos de alguma esperança que nos daria a força do touro quando enfrenta o medo.

4 comentários:

lua vagabunda disse...

Que belíssimo poema. Amei

Estou preocupada contigo. Espero q estejas bem.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

muito obrigada Manuela por me teres promovido o meu desabafo, agradecida fico.

Helena disse...

Agora sou eu que o digo (isto parece ser à vez) deixei aqui, neste post e no momento imediatamente a seguir à sua publicação, um comentário que as ondas etéreas levaram.

Parece termos canais incompatíveis de vez em quando, Homónima. :)

beijos. Bom fim de semana

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

não apareceu nada teu anteriormente, senão teria publicado. Bjnho e obrigada