quarta-feira, 10 de abril de 2013

AUTO-RETRATO OU TALVEZ NÃO

Nada de certezas acabadas
Mas grávida de escuros
Dúvidas e corda tensa.
Livre na tarde
Muitos fios de nada
Lançados tempo fora
e fios de cores pálidas feitos de luz
Instantes difíceis de definir
Com intervalos entre todos os instantes
... e dou pela falta de mim
... e tento compreender
Sinto uma teia de aranha tocar-me na pele
...e regressam certezas obscuras,
Algumas fecundas
Algumas noções do vácuo
Preenchido por uma força
Rio pouco do inevitável
Nem sempre reúno o aparentemente disperso.
É muito interessante o animal que examino
E sem linguagem adamada
Sou eivada de muitos defeitos
Reprimindo o fogo algumas vezes
Com valores por revelar.
A vontade e a inteligência
Começam a equilibrar-se
Na queda paulatina.
De epiderme alada
Preciso que a luz me atravesse lentamente
Preciso de não recear as estrelas
E ver voar um falcão no horizonte azul.

2 comentários:

lua vagabunda disse...

gostei imenso

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

obrigada Manela
(mas dói quando nos "descascamos")