quinta-feira, 11 de abril de 2013

SALAM ALI CUM ALI CUM SALAM

Volto sempre à queda
Recomponho os braços
Sacudo a cintura
E tenho frio.
Regresso ao musgo do tempo
Ao deserto do mundo.
Caio sem alturas nem ideias
Caio toda sempre para a frente
Como um beijo no qual se projecta a alma toda
Eu caio
Como um abraço
Que é um voo de liberdade.
Eu caio
Mas há um imenso vazio
A estender-se para baixo.
Surpreendentemente
Lanço-me para a queda.
Não salto no abismo
Simplesmente caio.
Dizem que nada acontece por acaso
Mas eu caio para a frente, sempre para a frente,
Por acaso.
Por serem muitas as quedas
Resolvi estudar  o fenómeno
E fiquei a saber que as mulheres
Caem para a frente e
Os homens para trás.
Não caio como Atena,
Soltando um grito
E erguendo o machado de guerra.
Apenas caio.
Quisera eu perceber o porquê
De tanta queda
Faço esquemas, grelhas sobre a matéria
Para a evitar.
Há as regras básicas: prestar atenção,
Olhar para o chão que piso.
Penso ter lido todos os contributos científicos
Para estar protegida contra a queda.
Uns caem outros não.
Uma coisa é certa
Mesmo tomando as devidas precauções
Continuo a cair
Tenho propensão para a queda(s).

2 comentários:

lua vagabunda disse...

Tambem caio... e para todos os lados, frente e traseira... e o mais grave é q por vezes até vejo q estou a cair e não o evito...

Ás vezes sinto-me tão cansada de cair q só me apetece mesmo é ficar sentadinha no meu canto...

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

e vivam os intervalos das quedas que servem para recuperar :)