domingo, 6 de julho de 2014

A HISTÓRIA DO COPO MEIO CHEIO E MEIO VAZIO

Às vezes sinto-me uma felizarda, eu e toda a  minha geração.
Tivemos a sorte de viver coisas fantásticas e assistir a nascimentos culturais e sociais maravilhosos.
Por este lado poderíamos falar do copo meio cheio em contrapartida, hoje em dia, aliás há uns anos a esta parte, com maior incidência nesta meia dúzia de anos última, assistimos a uma degradação completa de tudo.
Na cultura, resistem alguns, poucos, tudo o resto passou a ser pimba.
O ensino passou de medíocre a mau, não por culpa dos professores que até trabalham mais, mas pela políticas de ensino.
As pessoas deixaram até de fazer de conta que sabiam isto e aquilo e passaram a mostrar todas as misérias, a escancará-las. Antes, quem não sabia escrever pedia a quem soubesse para não fazer má figura, hoje nem isso lhes passa pela cabeça, a má figura vulgarizou-se. Tudo tem sido mutilado.
As pessoas não têm dinheiro para pagarem as contas básicas, como a água, luz, saúde, alimentos como dedicarem-se então a cultivar a língua, a consumirem cultura.
Quando em nome duma crise económico-financeira assim chamada, são retirados direitos às pessoas, direitos esses consagrados em tratados em tratados internacionais.
A título de exemplo, poderíamos dar o abono de família, que em Portugal de 2009 a 2011 desceu de 1.846.904 para 1.389.920, voltando a diminuir para 1.300550 em 2012, o que levou à perda deste abono por mais de meio milhão de crianças.
Além disso, o valor do próprio abono de família foi sendo igualmente reduzido, tendo tido um impacto em mais de um milhão de famílias e poderia continuar por aí fora.
Chegados quase estamos aos níveis dos anos 60 e a degradação a todos os níveis continua, não pára.
Isto é o que chamo o copo meio vazio, com tendência para ficar completamente vazio.

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