quarta-feira, 9 de julho de 2014

FECHAMENTO INVISÍVEL

Há pessoas que falam sobre tudo e sobre nada, que vão de questão em questão tecendo frases e argumentos como uma teia de aranha do jardim e até vão depositando imagens, as que escolhem para nos aprisionarem no seu fechamento. Não se denunciam nunca.
Armazenam emoções e pensamentos e quase instantaneamente "despejam" quase só imagens quando querem parecer que se vão abrir. Fazem lembrar, de certa forma, as Matryoshka, vão saindo umas de dentro das outras.
Comem interioridade e intimidade.
As palavras que são muitas vezes um estorvo nestes casos servem como armas para as defenderem.
Há outros que utilizam o humor como estratégia de fechamento.
Há pessoas que nunca se despem mesmo completamente nuas e se mantêm numa espécie de constante ignição interior.
Há outras que sendo igualmente insondáveis ou quase, encerram uma beleza nesse oceano de fechamento.
Há muitos tipos de fechamento, alguns são uma espécie de viver isolados dentro de si próprios, deixando que os lobos uivem famintos cá fora.
Não é fácil a prática do alpinismo interior.
Não é fácil a centrifugação de sentimentos contraditórios que nos enxaguam a alma. 

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