segunda-feira, 26 de outubro de 2009

AS MISSAS




Há missas e missas, mas a da Sé de Aveiro nunca mais acaba mesmo.
Normalmente só assisto a uma missa quando sou convidada para um casamento ou baptizado e foi o caso.
Ontem três crianças se baptizavam na Igreja da Sé e também se apresentavam (?)os meninos e meninas da catequese. Então o padre, que é um sujeito que gosta de" inventar", fez uma missa com um écran onde projectava desenhos animados sobre o salmo do domingo, para em seguida, perguntar ao micro às crianças da catequese que se encontravam sentadas à frente junto dele, se tinham ouvido o que se tinha lido no salmo (também lido por uma criança) e como se chamava a pessoa que se tinha encontrado com Jesus, o que lhe tinha pedido, etc., etc, etc..
Òbviamente, que também se encontravam presentes os pais das criancinhas, o que constitui uma boa forma de chamar à Igreja gente e de cativar as crianças, adultos de amanhã. Tudo isto até estaria bem, se não fosse os bébés estarem à espera aquele tempo todo para serem baptizados. Impertinentes, cheios de calor, ao colo dos pais.
Assisti, assistimos a uma missa para criancinhas em que o Sr. padre aproveitou para embelezar mais um pouco, colocando mais este ramalhete no cenário - os baptizados.
Todos estes rituais mais a encenação fizeram desta missa uma autêntica baralhação.

Há uns tempos fui a um casamento na Igreja Matriz de Vila do Conde e também assisti à mesma confusão. Havia a missa normal, havia o casamento e havia baptizados,tudo no mesmo espaço, à mesma hora e celebrado pelo mesmo padre. A confusão era geral. E o padre não se esqueceu de ainda anunciar as missas de 7º dia e ler os recados e lembretes que tinha para uma semana.

Desconheço se os padres frequentam cursos de formação com metodologias de celebração ou outras. Desconheço se estas estratégias são estudadas para atrair "crentes" às missas. Provavelmente, deve-se à falta de sacerdotes e como tal, o mesmo padre executa várias funções ao mesmo tempo, mas que tudo isto é confuso e feio, lá isso é.

Será que estes padres tentam copiar aqueles outros seus "colegas" brasileiros?
Ou será apenas que gostam de estar em palco e esta é a melhor maneira de o fazerem? Ou ganharão mais que os outros?

Não sei o que se passa, mas para quem só vai a estes "eventos" de quando em vez, fica muito baralhada.
Escusado será dizer que não aprecio o género. Perdeu-se a intimidade com Deus e a cumplicidade. São missas mais mundanas, mais viradas para o espectáculo e menos para o espiritual, o religioso.
Mas, como tudo se mudou porque não haveria a missa de sofrer a sua transformaçãozita?
Estes padres devem ser abençoados pelos seus bispos e aumentarem o seu poder junto deles, já que trabalho tão diferente apresentam.

E vende-se pães à porte da Igreja e vêm as freiras e vendem doces para fazer dinheiro para o convento.
Há uns tempos estive em Chaves num domingo, à hora da missa e observei as bancas das freiras com os produtos manufacturados por elas, expostos para venda. Um autêntico mercado "religioso".

Enfim, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!...

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