quarta-feira, 14 de novembro de 2012

E NISTO LEMBREI-ME DA REVOLUÇÃO DE 1383

A revolução de 1383 teve como objectivo directo evitar a  usurpação estrangeira.
Esta revolução foi obra da maioria da nação e não duma pequena parte. Foi uma revolução social, característicamente urbana e  popular.
Na consequência das Cortes de Coimbra de 1385, o rei D.João II rodeado de legistas, começa a grande obra da unificação social, cerceando passo a passo privilégios do clero e da nobreza e sujeitando-os aos ditames da lei comum.
Uma revolução leva tempo a fazer, a não ser que seja "eleita democraticamente", como foi a nossa, a actual. O que se está a passar é uma "revolução"  só que não é popular, é antes anti-popular e não é para cercear os privilégios dos mais ricos, mas antes pelo contrário, é para empobrecer ainda mais os que menos têm.
O magnífico sistema que nos rege, fez com que uma minoria elegesse uma "maioria".
As promessas da campanha eleitoral foram completamente esquecidas. Hoje, estamos reduzidos a números. Houve como que um "apagão" da memória.
Todos se esqueceram, de repente, quem somos, o que prometeram, donde viemos e para onde vamos.
Esqueceram o que  realmente é importante face ao que nos ameaça e aniquila.
Estamos no meio desta catástrofe nesta mesma barca e não temos nenhum Noé para nos levar até à sua Ilha do Amor, por isso temos que ser nós e só nós, com as nossas acções a conduzir-nos.
Esta gente a quem o poder foi confiado não é gente séria nem possui uma única ideia sua, um único pensamento.
Os "seus"  pensamentos e opiniões são dos outros. A própria chancelarina só conhece uma palavra que quer aplicar a toda a Europa -AUSTERIDADE.
As suas vidas não passam de imitações, citam outros. Hoje há uma indústria montada à escala mundial para a transmissão de modelos, a tal globalização. "Toda" a gente pensa e diz o mesmo.
O totalitarismo do séc. XX, impôs-se sob outras formas mas com os mesmos efeitos.
Portugal, precisa de ser ele próprio, com a sua identidade e características próprias. Precisamos de ser nós, "de realizar a  nossa alma" como dizia Óscar Wilde. Precisamos de exercer uma filosofia de rebeldia.
Já vimos que não é quem nos governa que nos salva.
Já vimos que não podemos esperar milagres, portanto não nos resta outra alternativa senão deitarmos mãos à obra e mobilizar braços e almas para refundarmos Portugal, para tornarmos esta pedaço de terra um lugar bom para viver.

3 comentários:

lua vagabunda disse...

Pronto, e cá venho eu resmungar:
deixem lá Portugal que mais não é que um pequenino retângulo na extremidade da Europa (do mundo?)
O problema é mesmo ele - o mundo - e os seus habitantes que precisam mesmo de ser "reformulados".

Helena disse...

De acordo quanto à necessidade da filosofia da rebeldia.
Em desacordo quanto aos nossos governantes não terem uma ideia sua. Têm. Embora as que têm não alcancem mais que o bem estar próprio. Direi mesmo mais -só têm na cabeça o enriquecimento com ou através da coisa pública.
É chocante! Mas é verdade.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

mas essas são as odeias de todos os outros que querem o mesmo, apenas copiam, de originais nada têm. Bj Helena e obrigada pela visita