domingo, 18 de novembro de 2012

SER ENGANADO E QUERER SER ENGANADO

Sonhamo-nos.
Sonhamos que estamos perto uns dos outros e enganamo-nos e às vezes quando acordamos encontramo-nos.
Provocamos enganos que nos conduzem gradualmente, de facto, ao verdadeiro encontro.
O engano tem sempre um início e até um propósito. Por vezes surge da oposição a outros pontos de vista e tem intenções mais ou menos veladas de os atacar.
De início os outros são mistérios indecifráveis, são máscaras. confusões de imagens.
Um dia de tanto olhar, de tanta chuva misturada com sol, um dia vemos o arco-íris e nesse instante é a actualização da actualização. É o momento da revelação. E nesse instante a proibição faz-se convite e eis o paradoxo de chover e fazer sol, de o tempo não o ser, do engano e de querermos ser enganados.
A natureza gosta de se esconder, dizia Heraclito.
Lembrei-me desta frase porque reflicto sobre a natureza humana, quando verifico que a Pessoa  se fecha no pequenino mundo das suas fantasias, num mundo que não é senão uma criação duma criação, um sonho dum sonho, é assim que as coisas acontecem.
É por isso que somos enganados e nos queremos enganar.

E paro por aqui, senão entro no campo da imaginação e aí reflicto sobre as culturas (a celta, a persa, a indiana), pela imaginação pura, sem tecnologias a tolher-nos os movimentos, mas fá-lo-ei numa outra ocasião.

Agora deixo aos poucos leitores que tenho, a possibilidade de reescreverem o "texto" do engano e do ser enganado.
                 

2 comentários:

lua vagabunda disse...

Não sei... não sei mesmo. Acho que cedo se descobrem os enganos. Não se pode "aldrabar" sempre... ou pode?

As máscaras caem e só para quem quer continuar a vê-las ainda permanecem. Mas, para esses, permanecerão sempre. Precisam delas senão nem sequer sobrevivem.

Fechar-se no pequenino mundo das suas fantasias, será mau? Não sei. Pode ser uma decisão de sobrevivência (por exemplo).

Decididamente não sei escrever sobre isto.
Preciso de mais dados, com ou sem tecnologia. Porque esta só nos tolhe os movimentos se deixarmos.

Gosto de te ver/ler.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

"As máscaras caem e só para quem quer continuar a vê-las ainda permanecem. Mas, para esses, permanecerão sempre. Precisam delas senão nem sequer sobrevivem"

Quase disseste tudo aqui, mas gostava que escrevesses sobre o tema, é importante esta reflexão, penso eu de que. Bj e obrigada