terça-feira, 6 de novembro de 2012

O PAÍS DO TONY CARREIRA

Os emigrantes voltaram, os retornados também. Coliseus sempre cheios, mulheres em histeria, como se de um Deus se tratasse.
A visão do Portugal de há 40/30 anos permanece na cabeça destas pessoas. Foram-se com o Salazar e Caetano e nada ou pouco aprenderam, viveram em guetos e continuam.
Refundar o país, pois bem, refundemo-lo.
Refundar igual a partir do  zero. Refundemos os campos verdes do golfe  para voltarem a ter as culturas autóctonas.
Refundemos o país com menos auto-estradas que desaguam em lugares nenhuns e onde a circulação automóvel não se faz.
Refundemos o país de quilos de imagens que nos fornecem todos os dias, em especial, às crianças, para não mais conseguirem ler uma linha.
É tudo fast-food. O ensino é fast-food, ninguém lê, porque são muitas letras sem imagens, a musica é fast-food; já há muitos anos que o Quim Barreiros é convidado de honra em festas universitárias.
As paisagens começam a ser fast-food também com as suas casas tipo cubo ou os seus cubos tipo casas.
Refundemos patrões analfabetos, chefes incompetentes, políticos de aviário.
Refundemos os clubes de futebol e os ordenados dos jogadores e treinadores acrescidos de impostos zero.
Refundemos prémios literários para as damas e cavalheiros simpáticos do regime.
Refundemos canais televisivos com mais publicidade que programas.
Refundemos jornalistas analfabetos.
Refundemos telejornais do crime.
Refundemos os ordenados de miséria.
Refundemos bancos e capitalistas, queremo-los de gabarito.
Refundemos a tristeza e a depressão.
Refundemos o MEDO. 
Refundemos o Governo e o Presidente da República
e  antes de tudo isto façamos desintegrar-se a troika que  tanto se parece com os cobradores  coercitivos de dívidas.

4 comentários:

Helena disse...

Refundemos, PIM!

Beijo, Homónima.

lua vagabunda disse...

É uma das vertentes que acho jamais estaremos de acordo: refundar os bancos e os capitalistas.

Não os quero mesmo, nem q sejam de gabarito...

E nem a tristeza, nem a depressão... e muito menos o medo!

Romão da Barca disse...

Aplaudo emocionado e penduro o meu fato no seu "Cabide de Simplicidades". Obrigado,por ter escrito o que há muito penso e vou dizendo no circulo estreito aonde me movo,mas que não fui capaz de escrever dessa forma tão rectilínea,clara e arrumada,por prateleiras,como um móvel de "estilo". Refundemos tudo,sim e como diz a amiga Helena,"Refundemos PIM".

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

estive a ler alguma coisa do seu Romão da Barca e ao contrário do que diz tem lá muitoa móveis de estilo. Obrigado e até à próxima