quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MENTIRAS NOVAS PRECISAM-SE

Um dia li  num muro da minha terra "Mentiras Novas Precisam-se" e fiquei a pensar na frase.
Fiquei a descascar o abacaxi como dizem os que me conhecem bem. Sempre que algo me impressiona para além dos limites dizem: "está a descascar o abacaxi".
Passo  à tentativa de explicação: Sempre gostei muito de contos de fadas e igualmente de mitos.
Um dia em busca de literatura sobre Mitos, encontrei Mircea Eliade que juntava os mitos aos contos de fadas e fiquei encantada, já que eu sempre os tinha juntado, mais ou menos inconscientemente.
Mircea Eliade considerava, se bem me lembro e penso que sim porque fiquei com isso gravado, que os contos maravilhosos eram versões camufladas que mantinham os motivos míticos e iniciáticos arcaicos, embora os disfarçasse, conservando as suas verdades com outras vestes. Dizia M.E. que os deuses continuavam de certa maneira nos contos de fadas a desempenhar a sua função, mas estavam camuflados.
Sabemos da extraordinária influência que os contos infantis têm na formação da criança, se quisesse aqui chamar o Yung à colação chamar-lhe-ia, o inconsciente colectivo ou arcaico, mas não quero ir por aí.
Eu e muitos de nós, beneficiamos desta  iniciação imaginária dos contos de fadas, desta simbologia.
Sem imaginação o intelecto e o cognitivo ficam muito pobrezinhos.
Como combatemos o medo, a vingança, a agressividade se não tivermos maturidade emocional?
Tenho-me lembrado dos elementos mitológicos, dos anjos, das musas, das fadas, em suma do maravilhoso, em especial quando vejo alguns "posts" de murais que me chegam, como caminho para a saúde mental e veio-me à memória aquela frase escrita numa parede do Porto "MENTIRAS NOVAS PRECISAM-SE".
Quanta maturidade é necessária para imaginar esta verdade transcendente?
Prometo voltar ao tema que me apaixona.

Sem comentários: