domingo, 9 de dezembro de 2012

RUPTURAS

Quantas rupturas não temos nós que fazer ao longo da vida?
As perdas causam-nos medo e por vezes encaramos as rupturas enquanto perdas, embora na sua grande maioria se tratem de ganhos.
Acho que quanto mais medo temos delas, mais conservadores nos tornamos, no sentido etimológico do termo.
As rupturas levam-nos a concepções de insegurança/segurança.
As concepções não são a realidade e obstaculizam na maior parte das vezes  a realidade  e a iniciação nas novas realidades. Acontece que o sentimento de perda que não é a perda em si, mas tão só a sua percepção, é inibidora do avanço pessoal, de nos iniciarmos, para começar de novo é preciso fazer rupturas, romper com o que está para trás e é isto que é verdadeiramente difícil: ir para além, deixar de pensar no passado.
Nem todos são capazes de lavrar a terra e cuidar das sementeiras.
Falar em mudança, não é mudar e isto aplica-se a todos os parâmetros das nossas vidas, seja na vida afectiva, na política ou social.
Quando as pessoas clamam e gritam por "Acordai" têm de ter isto em linha de conta.
Se as pessoas não despertam, são levadas com a torrente, inconscientes do que se passa à sua volta.
Despertar, acordar é nascer para as novas realidades, é reconhecer o mundo em que vive e tomar conta de si, caso contrário tudo se lhe apresenta como um sonho e dessa forma não faz parte integrante, não é, não participa.
Acordar é ver e saber aquilo que somos e não aquilo que pensamos ser, daí as rupturas.
Quando tomamos posse da realidade, acordamos e rompemos com o passado, podendo  iniciar e agarrar as novas lutas que temos de travar, deixamos de estar em lua nova ou quarto minguante, em períodos de ocultação. Deixamos de ser invisíveis.

3 comentários:

lua vagabunda disse...

AUGUSTO CURY

''As flores não surgem nas primaveras, mas no rigor do inverno. Nas primaveras se manifestam. A natureza é sábia. E a natureza psíquica? Também! Dê oportunidade para ela. Não tenha medo dos invernos. É o tempo das flores.''

Helena disse...

É verdade. Mas é igualmente verdade que socialmente os 'acordares' têm vindo a ser pequenos solavancos do sono. Ou uma frágil ponte entre dois 'adormeceres'.


Beijos, Homónima!

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

obrigada às duas. Bjs