Desde que começamos a viver até à morte, travamos muitas lutas e alguns até guerras.
Cada um de nós tem as nossas batalhas muito pessoais, carregando muitas dores em silêncio, muitos devolvem-nas ao mundo espalhando-as à sua volta sem duvidar o que se sente.
Todas as nossas vivências cá estão, algumas recordam-se vagas, esfumadas no tempo outras estão sempre a desabrochar nas opiniões e actos que praticamos.
Todos nós possuímos cicatrizes do quotidiano e todos nós procuramos a felicidade e nessa busca encontramos tristeza e incompletude e contamos histórias distorcidas pela impossibilidade da transparência, falamos por metáforas e em abstracto, dizemos a verdade a mentir.
Dizem que as feridas se saram com o tempo, não tenho a certeza disso. A(s) memória(s) sim, essas vão-se alterando e algumas colam-se-nos.
Buscamos sempre sentidos para tudo, como se a vida pudesse fazer sentido.
Repito-me, repetimo-nos. O mundo é feito de repetições.
A memória, em espiral, tem descontinuidades e sobreposições e guarda apenas algumas imagens.
O tempo é déspota e é preciso conhecer e utilizar alguns truques, o que mais uso é olhar o mundo como se estivesse a começar.
Mal sabemos nós do que vivemos e do que significou isso que vivemos, mas mesmo que soubéssemos tudo, há sempre uma membrana que separa o que foi e o que sabemos ou supomos ter sido, há sempre uma fronteira entre o que sentimos e o que julgamos ter sentido ou conseguimos contar verdadeiramente no mais profundo de nós mesmo quando supomos saber tudo.
E vem-me à memória a revelação do medo e da ausência; da impossibilidade dos regressos; da inevitabilidade do adeus.
5 comentários:
aqui voltarei para vir buscar...
e é hoje que vou levar.
Tenho memória de elefante...
Bom 2013
tudo de melhor para ti Manela.
Tens mesmo memória de elefante
Acredita que, quase sempre, não dá jeito nenhum...
Gosto que tenhas gostado.
Obrigada
eu é que sou agradecida
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