segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

COLORIR A VIDA




As diferentes idades tem diferentes cores porque cada pessoa vê as coisas com os olhos da sua idade.
É necessário namorar a imaginação. A imaginação multiplica os vários zeros que vão aparecendo.
Entornar a alma toda, eis a questão! Sim ou não? Como fazê-lo sem vulgarizar o espírito?
Colorir a vida, retirar-lhe o cinzento, pintá-la é um ideia boa. Demos uma demão no fabrico desse colorido.
Pode ser um(a) confidente e quando a vida é um p&b, é um presente do céu.
Demos às rectas paralelas uma última possibilidade de encontro. É que mesmo que não pensemos no futuro, ele chega e solicita-nos protecção incondicional.
Há a saudade da saúde que se perdeu entre tudo o mais, mas ainda a conservação dum coração aberto.
Há um esmeril de tristeza a trabalhar no dia a dia, mas temos que nos entregar nus e inocentes às margens da existência. Fazer com que o frio escalde, com que os textos sejam impossíveis, procurar-nos neste mar intrépido das nossas vidas.
Procurar a luz, o ar, o fogo e a terra, são estas as cores da vida.
Produzir energia nos sentimentos, fazer com que eles corram implacáveis e subvertam todo o cinzento.
O mundo levantar-se-á e as ideias de fronteira deixarão de existir.
Não tendo asas, ousar voar.
Instalarmo-nos por momentos no deslumbramento, sem esquecer que toda a ilusão é uma traição.
Resplandeçamos noutros lugares, até que tudo o que dizem ser quase, quase absolutamente inaudível.
Risquemos as paredes.
Deixemos passar as grandes emoções, os mais sensíveis sinais que estouram a cabeça e o coração.
Flutuemos nessa imensidão azul e soltemos gritos com brilhos coloridos.
Estamos vivos!
Não falemos obliquamente, lidemos com as palavras mais difíceis.
Vermelho é vermelho, encarnado é outra coisa.

1 comentário:

SEK disse...

Obrigado, mas... e agora?
Damos "às rectas paralelas uma última possibilidade de encontro"?
Deixa, vou riscar paredes e ver o Benfica. Não tenho coragem para voar sem asas!